São,
Volto a ti. Preciso de ti, lufada de ar puro.
Tenho "viajado" por blogues que vou achando com click aqui, click ali. É inacreditável a necessidade que se tem de um pouco de atenção. Intimidades, vidas e vias pessoais, tudo é contado para que todos leiam.
Num deles, achei um artigo sobre perfumes. 34 comentários já lá estão. 2 meus, confesso. Marcas que se usam, marcas que se dão ao parceiro(a), pescoços que se cheiram com este ou aquele aroma, que se usa de dia ou de noite, aos sábados ou às terças, inverno ou verão, de tudo um pouco. Eu ainda tentei animar a coisa com Seinfeld. Eis a minha "postagem"
Do livro "SeinLanguage"Qual a verdadeira ideia por trás de usar fragâncias?Será que acreditamos, "talvez as pessoas pensem que eu cheiro mesmo assim".Desodorizante com cheiro a colónia, nas axilas. Porque razão nos queremos perfumar ali? Acredito que uma vez que a mulher ponha o nariz na tua axila, a sedução está terminada; ela gosta mesmo de ti.Somos agora como os cães, que temos de cheirar todos os centímetros quadrados de uma pessoa antes de tomarmos uma decisão?Até mesmo os cães vão pela vista, de vez em quando.
Não resultou! O tema repetiu-se: O meu homem usa X, que eu lhe dei. Esse é dos meus preferidos. Bom gosto. Y dá para mim e para ela. Pa-ta-ti Pa-ta-ta.
Voltei à carga mais sério: Estou boquiaberto. Não. Não pode ser só o cheiro. Este marketing dos perfumes entra no reino do delírio, na pseudo-personalidade, é uma ideia eléctrica nos neurónios, às vezes de carga positiva, outras, negativa.É a ligação a um frasco, a um nome, a um texto de copy, que nos (vos) faz sentir socialmente no topo.Não basta cheirar bem. Há que dizer aos outros o que é, como se chama, quando se usa, se de manhã no Outono, se nas noites de Agosto, etc etc. Para o homem, ou a mulher moderna, anunciam. Ah! É pelo modernismo, não pelo aroma. Pena que os frascos não possam ser facilmente levados e mostrados a todos, por exemplo, à mesa, antes de um jantar.Coisas há que não entendo. nem quero.
made in eu
Esclareceram-me. Disseram-me (em discurso directo): Tem a ver com qualidade e requinte... Esqueçe.
E eu esqueÇi. Que mais podia fazer, adorada São?
Vem-me à memória uma frase que li algures: Meio mundo é dos artistas e outro meio é dos artolas.
Eu acho que os artolas estão a ganhar terreno. E tu?
Vou parar de cheirar o que não me diz respeito. Deixá-los-ei no seu mundo. Fiquemo-nos no nosso. Mais triste, menos aromático, menos vendido, menos requintado, com menos qualidade, mas muito mais nosso.
Um beijão a quem merece toda a admiração, e toda não é suficiente.
made in eu (só e só para made in tu)
terça-feira, 3 de abril de 2007
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2 comentários:
Te vi em algum desses blogs q vc visita aleatoriamente, não o meu! E vim aqui ver qual era... Bom, concordo com vc sobre os cheiros (isso me faz mais artista do que artola? rsrsrs).
Como posso eu saber *ci* tu própria não sabes? hehe
Uma coisa sei de ti, ou melhor, de *ci*: Mais "natalí*ci*a", não podias ser.
Trocaremos palavras por aí...*ci* ou não? :-)
made in eu
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