sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

CONSULTÓRIO

Dia Europeu das Doenças Raras, 29 Fev 2008 (só deve ser comemorado de 4 em 4 anos...)

- Sr. Dr., tenho um problema e gostava que me dissesse se acha que é uma doença rara.

- Conte lá então a sintomatologia.

- Sou um bocado burro, arrogante, irrito-me com facilidade, alinho em esquemas esquisitos e negociatas com amigos, mas sinto também que sei falar bem e inspiro nas pessoas uma grande dose de confiança, mesmo mentindo.

- Hummmmmmmmmm. É grave. E raro, sem dúvida

- Acha que devo pedir a aposentação por possuir doença rara?

- Não, nem pense nisso. Inscreva-se no Partido das Rosas, que a Rainha Santa Isabel ainda faz um milagre dos Rosas, e um dia destes ainda chega ao poder!

JP+P

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

DEPOIS DOS PRIMOS, OS IRMÃOS

Então não é que o Castro sucedeu ao Castro, naquela Cuba maravilhosa? Nós também já tivémos os nossos irmãos Castro, mas foi só no atletismo. E retiraram-se da competição quando os resultados começaram a cair.
O que mais me lixa é estes gajos continuarem a trabalhar, muito para além de uma idade aceitável para a reforma. É por causa de exemplos destes, ainda para mais de gajos que se dizem revolucionários, que depois vemos a idade da reforma a aumentar, em vez de diminuir, para termos tempo de poder fazer um cruzeiro ainda com os membros em bom estado. Quando chegar a idade da reforma, a quem lá chegar, já não vemos a vida com bons olhos (eu falo por mim, porque os meus olhos de bons já têm pouco e ainda estou longe da reforma).
Poder-se-á pensar que existem outros exemplos de longevidade laboral, e logo pensamos no Manoel de Oliveira, mas esse acho que é um caso em que de facto ele está reformado, há muitos e muitos anos, e agora anda aí de um lado para outro a fazer o que lhe dá prazer. E com câmaras de vídeo cada vez mais levezinhas, qualquer velhinho pode andar por aí a realizar filmes. Desde que não trema demais...

JP+P
Enviado especial deste blogue a Cuba, mas recambiado logo no aeroporto por ter sido descoberto com contrabando de 10 pacotes de manteiga Primor, um pãozão alentejano e uma torradeira de viagem

sábado, 23 de fevereiro de 2008

acção

São, de sangue familiar, é uma das mais brilhantes mentes que conheci. Prima, em grau de ângulo agudo, conheci-a antes que a conhecessem todos os irmãos e irmãs (se é possível dois seres de meses conhecerem-se).

Uma, ou quantas vidas se quiser, passaram-se até que a voltasse a ver.

Emblemática e elitista, não tem seguidoras. A escrita demonstra uma inteligência na razão inversa das inteligências de escrevidoras em blogues, que são mantidas nos seus devidos lugares pelo paradigma que ela é. A mediocridade, os temas, o humor de todas quantas se julgam importantes e que se vendem e se acanalham por um pouco de imerecida atenção, estão longe, muito longe da prima que é minha.

O Piadinhas foi criado por ela, que teve a delicadeza de me dar a entrada para que eu, tal como todos os outros, e outras, provássemos a distância que separa os pobres de espírito e de palavra, dela própria.

O mais interessante é que não o deixa entender. Lá, no mundo dela, não precisa “pisar” ninguém para subir ao topo que lhe pertence.

Pensar nela faz-me sorrir de todas as demais, de todas cuja importância é nenhuma, cuja vaidade não tem fim e cuja escrita demonstra apenas a miséria e a sinceridade de uma falsidade vivida. De todas as que nunca foram nem serão São, nem aqui nem na casa do caralho.

São, devia-te esta. Fica bem.


made in eu

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

há espectáculos assim

A mulher é um espectáculo, dizia Osório, a babar-se. Concordo, rematou Óscar, mas não me babo. É espectacularmente grotesca com roupa, ou nua. Espectacularmente idiota a falar ou quando cala. A mulher não me faz falta e isso é espectacular. Osório, mal acreditava no que ouvia. A mulher? Tu? A mulher é mais fiel que um cão. Leva, apanha, orgulha-se e ainda nos faz festas. Óscar não respondeu logo. Pode ser, disse por fim, mas não gosto de cães.

made in eu

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

voracidade

Comi-a toda.
Esta é uma confissão do foro pessoal, invulgar, mas difícil resistir.
Comecei pelas pernas, uma à vez. O peito… Esse lambi-o antes de o trincar. O pescoço foi chupado com força e, acredite-se ou não, até o cu "marchou". Mais, era portuguesa!

Dou a mão à palmatória: não tem comparação uma galinha do campo.

made in eu

MESTRE CUCA

Já não se fazem profissionais assim! Houve em tempos um cozinheiro que tinha todas as receitas na cabeça, decoradas desde os ingredientes ao empratamento aconselhado, até ao melhor vinho que pode acompanhar. Era uma enciclopédia viva. Se lhe perguntassem, era capaz de debitar as receitas todas de salteado.

JP+P

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

DENÚNCIA

Avisam-se os leitores de uma descoberta que fiz numa viagem ao estrangeiro: uma das bandalhas, que aqui tosta uns textos e umas fotos, aliás mentora deste espaço de liberdade gastronómica, só está feliz com bons computadores e pénes à sua disposição.

JP+P

domingo, 17 de fevereiro de 2008

talvez seja uma questão de treino

Recentemente vi e ouvi o primeiro ministro falar sobre o facto da taxa de desemprego em Portugal ser das piores da Europa. E de repente, lá estava ele outra vez, com uma voz aflautada, gestos amaneirados e olhar cândido, a dizer qualquer coisa acerca da taxa de desemprego e mais qualquer coisa acerca de ser masculamente firme nas suas decisões. Esforcei-me por lhe dar atenção, mas era como se a Angelina Jolie tivesse aderido à seita dos Jeovás e me tivesse batido à porta num dia de domingo chuvoso para me falar no pecado da cobiça pela mulher do próximo. Deixá-la-ia entrar, massajar-lhe-ia os pés e oferecer-me-ia para o fazer a qualquer dos seus implantes, mas ser-me-ia muito difícil atentar no discurso, contudo...
Ele, portanto, falou e explicou. Mas apenas me ficaram a voz aflautada, os gestos amaneirados e o olhar cândido, enfim, coisas que nada corroboram a sua pretensa firmeza máscula. Não sou racista, não sou sexista, não me incomoda a desorientação sexual dos outros. Não separo as pessoas por esses critérios. Apenas não tenho paciência para explicações políticas que metade das vezes não compreendo e na outra metade não acredito. Pago os meus impostos, contribuo para regabofe dos governantes, mas, ao primeiro ministro, não consigo dar mais atenção ao que ele diz do que ao que ele parece.
Enfim, creio na sua mímica amaneirada, na sua voz aflautada e no seu olhar cândido; quanto à sua máscula firmeza, às explicações acerca do desemprego, da sua formatura ou da sua participação em projectos de engenharia, vou esperar que a Angelina Jolie adira à seita dos Joevás e me apareça à porta para falar do pecado da cobiça pela mulher do próximo. Depois, quando lhe estiver a massajar os implantes vou esforçar-me por lhe estar atento ao discurso... uma...duas...três... mil vezes. Talvez seja uma questão de treino.

jc

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Sabia?

Era mau de leitura, Ambrósio. O que sabia, sabia-o pelo que ouvia. Anos-luz, para ele, era ânus-luz e ânus-luz era o da sua amada mulher, Fernanda. Meu e só meu, dizia, o mais brilhante dos rabos da freguesia. Não sabia, Ambrósio, que mais ninguém queria sabê-lo, nem tê-lo. O que se não sabia era se Ambrósio se sentiria mais contente ou triste em sabê-lo.

Do contentamento ou tristeza das pessoas nada nem ninguém sabe. Nem elas próprias...

A importância de se saber importante parece demasiado importante para a importância que tem ou se julga ter.

Os cliques são o zapping dos computadores. Os blogues, os programas de televisão. Os bloguistas, a perda de sinal.
Há quem goste, e muito, que se saiba de si sem saber que ninguém quer saber de si ou o que de si se saiba.

Vou de férias. Vou de fim de semana. Vou arrumar a vida, a casa, o carro, as cuecas. Vou mas volto.
Voltei. Grandes férias. Grande fim de semana. Grande casa. Grande carro. Grandes cuecas.
Tiveram saudades minhas? Aposto que sim. Mas cá estou eu a dar toda a atenção aos meus leitores, amigos, amigas, admiradores, aos que se riem de mim mas não querem que se saiba e a todos os outros que se dignam comentar as minhas férias, o meu fim de semana, a minha casa, o meu carro, as minhas cuecas.

Quão distante fica Fernanda e o seu ânus-luz, o mais brilhante da freguesia, o qual Ambrósio atravessa e que nos blogues não aparece? A quantos anos-luz?

made in eu

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

uma imagem no perfil

Cada vez mais, deparo-me com bloguistas que fazem questão em mostrar uma fotografia sua no perfil e, consequentemente, nos comentários que espalham pela blogosfera. A avaliar por algumas fotos, elas são reais e pertencem, de facto, à pessoas que as usam, já que ninguém, no seu perfeito juízo, iria colocar uma miserável imagem para… é verdade, para quê?

Eu tenho pudor da minha imagem. Os outros não.

Os outros são para mim um enorme mistério!

Sem quer estar a ser muito preconceituoso, até porque, penso, as pessoas não têm que esconder a sua imagem (como é razoável pensar-se), acredito que também não têm que a expor em cartaz, sobretudo num mundo (blogosférico) já tão saturado de gente feia, imbecis, pedófilos, falsos amigos, génios frustrados e tudo mais que nos vier à cabeça. Não é preconceito, é incapacidade de entender. Só isso.

Há alguns anos, no final dos telejornais, anunciava-se: No passado dia X, desapareceu de casa dos seus filhos, o idoso Fulano de Tal, vestia… e lá vinha a fotografia “a la minuta” que tanto servia para identificar o nosso avô paterno como, já naquela época, o próprio Paulo Bento em plena puberdade. Claro que, até hoje, nunca se encontraram os idosos desaparecidos e os anúncios deixaram de se fazer.

O que com isto quero dizer é que o que difere as pessoas umas das outras não é o aspecto; no aspecto somos todos demasiado parecidos uns com os outros, de tal modo que, em qualquer parte, passamos bem por viajantes incógnitos. O que nos difere uns dos outros, é, por exemplo, termos ou não termos consciência de que a nossa imagem no perfil, é, pelo menos, desnecessária. Há mais coisas que diferem as pessoas umas das outras, felizmente que sim. Usemo-las!

Vá, toca a limpar os perfis…

jc

ESTREITO DE GIBRALTAR

Estou preocupado!
Por aqui está vento muito forte de levante na zona do estreito, o que pode deitar abaixo muitas das coisas no largo principal, em Cádiz.

JP+P

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

atravessada

À comissão de bêbados do Alto da Laranja foi encomendado um estudo para uma nova travessia do Tejo.
Quem não tem do que gosta, gosta do que tem. Toda a infância passada a ouvir isto. Quem? Há quem tenha? Manuel não tinha do que gostava nem gostava do que tinha.
A associação dos Amigos dos Amigos vai encomendar um estudo para uma nova travessia do Tejo.
Manuel não acreditava que um adulto fosse feliz. Impossível, dizia. Manuel gostava do que não tinha.
O bastonário da Ordem dos Surdos vai propor um novo estudo sobre uma nova travessia do Tejo.
Manuel tinha sido acusado de atentado ao pudor. Manuel não sabia do que era acusado e não gostava de não saber. Quem não gosta do que não sabe…
A união das putas pobres, encomendaria, se pudesse, um novo estudo para uma nova travessia do Tejo.
Manuel era casado com uma puta pobre e surda. Manuel não gostava dela por ser pobre. Manuel gostava de putas. Manuel gostava de surdas. A mulher fez queixa dele por atentado ao pudor. A puta não sabia que se chamava assim.
Da reunião dos advogados, habitantes de Grevindo, saiu uma proposta para um estudo de uma nova travessia do Tejo.
Manuel foi ilibado. Não ficou feliz. Nem ficaram a mulher puta, nem todas as putas das mulheres. Nem nenhum dos surdos, nem dos pobres, nem dos bêbados, nem dos amigos, nem dos advogados.
Manuel ia, ele próprio, encomendar um estudo para uma nova travessia do Tejo.


made in eu

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Apesar de...

Moretti e Isabella Ferrari, 36 anos depois, são Brando e Maria Schneider, em italiano, sem manteiga, suponho.
A sodomia, forte, segundo quem viu, não dá para estragar o extraordinário filme "Caos Calmo".

A ver vamos ou, pelo menos, a ver vou se vou.

Em "Vicky Cristina Barcelona", Woody Allen junta Scarlett Johansson e Penelope Cruz numa cena lésbica de grande intensidade, num quarto escuro e vermelho, de fotografia.

Allen deve sentir-se um pouco como se sentia o avô de Jabor: Não tinha pena de já não as comer, mas de sabê-las mal comidas.

Tentarei ver: Muito por Allen, um pouco por Johansson, nada por Penelope Cruz.

made in eu

domingo, 10 de fevereiro de 2008

o cão que faz ão ão ão

Não se sabe se Marco dizia para quem o queria ouvir, se para quem ele queria que o ouvisse, que era uma impossibilidade comparar merda de cão com mulher.

Dejectos caninos requerem que lhes dê alguma atenção, referia, para não os pisar.

Marco podia ser um dos projectos de um engenheiro em voga, ou de um arquitecto do passado que gostava tanto de merda que se enfiava nos seus mais esconsos recantos.

Pobre melhor amigo do homem, envolto em tais comparações, sem nada saber de construção, nem de fezes, e rico por nada saber da mulher e da pobre figura desta para fazer funcionar o seu milagroso aparelho reprodutor. Deste não queria saber o arquitecto supracitado que, consta, passava-lhe ao lado.


made in eu

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

amok

Euromilhões. Filas e filas. Homens e mulheres.
Eles, na esperança de poderem “comprar” mulheres e Viagra, na forma de automóvel. Elas, na orgástica tentação de adquirirem malas e sapatos.

Pudesse, dava o prémio a todos.

Quantas mais mulheres “comprarem” eles e, accessórios de moda, elas, mais em paz e sossego fico eu.


made in eu

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Para todos os professores...

De um engenheiro, marido de uma professora.

A propósito das avaliações e do processo continuado de desacreditação dos Professores que a Ministra quer impor à opinião pública, gostaria que os Professores pensassem no seguinte: Em vez de fazerem greves inócuas, que ainda por cima cheiram a férias desapropriadas entre feriados, os professores deviam pensar seriamente em cumprir integralmente nas suas escolas o seu horário de trabalho. Passo a explicar: Pela manhã, TODOS os professores se apresentavam nas suas escolas para iniciarem o seu dia de trabalho.
Agora vai ser necessário um pouco de aritmética, mas da mais básica.
Se um professor tem 3 horas de aulas num dia, cumpre mais quatro horas de permanência na escola. Nessas quatro horas é suposto corrigir testes, preparar aulas, elaborar enunciados das provas, etc., etc. tudo o que se relacione com a sua profissão e que normalmente está habituado a fazer em casa. É também suposto utilizar as secretárias, as cadeiras, os computadores e as impressoras da escola para o seu trabalho. É que também é suposto que, antes de exigir resultados, a escola lhe forneça condições de trabalho. No final das sete horas de trabalho diário (7 x 5 = 35) saíam da escola para casa, deixando na escola o trabalho que ficou por fazer.
Facilmente os Conselhos Executivos chegarão à conclusão que a escola não oferece condições aos professores para que estes trabalhem, e terão que o comunicar ao Ministério, ou não há seriedade. Ou tentarão os Conselhos Executivos agir de forma a convencerem os professores de que como estes se acotovelam na escola o melhor será irem para casa? Mas poderão os professores ser penalizados por quererem exercer o seu trabalho no local de trabalho que lhes está por natureza determinado?
Deixem de ser um BANDO e passem a actuar como um grupo.
TODOS para as escolas desde manhã a cumprirem o horário de trabalho na escola, o local de trabalho natural. Atasquem completamente as escolas com a vossa presença e deixem que a ausência de condições de trabalho faça o resto. Deixem-se de greves inócuas e atrapalhem verdadeiramente o sistema de forma legal. Provem de uma vez por todas que querem trabalhar e que este patrão não vos dá condições de trabalho apesar de vos exigir resultados, e ainda por cima enxovalhando-vos continuamente. Substituam os sindicalistas que vos representam tão mal e que já não sabem o que é dar uma aula há mais de 20 anos por Professores que saibam discutir os assuntos de forma séria.
Sejam de uma vez por todas PROFESSORES UNIDOS.
Se assim não for, rendam-se às evidências e façam o trabalho dos auxiliares educativos, que ajudam o ministério a poupar uns cobres.
E NÃO SE QUEIXEM.

Filipe Pinheiro de Campos Bragança

Para quem não sabe, não sou professor. Sou um reles engenheiro que às vezes pensa nestas coisas, muitas delas quando às quatro ou cinco da manhã grito para a minha mulher que está no escritório a corrigir testes e pergunto se não se vem deitar. Comecem a divulgar esta ideia e façam entender a este Portugal e ao Ministério da Educação a importância do professor.