sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A propósito de uma polémica sobre as últimas piadas dos Gato Fedorento, com cristãos a enviarem queixas à entidade reguladora, apeteceu-me também comentar num blogue de notícias, e comentei:

A entidade reguladora devia ter no seu estatuto que não perderia tempo a analisar queixas de pessoas baseadas nas suas crenças religiosas. Eu vi e ri-me à gargalhada, principalmente com o cd de instalação, pela ideia e pelas caras deles, uns cómicos! Acho que na entidade reguladora deviam responder a todas as queixas com um texto comum: "recebemos a sua queixa e reencaminámos para a Santa Sé, pois em caso de possível futura beatificação passará a constar nos registos biográficos. De resto, por não ter havido ofensa aos símbolos religiosos, arquivamos a sua queixa, deixando-o à vontade para demonstrar a sua indignação por outros meios (rezas, promessas, auto-flagelação, imolação de cordeiros ou fogueira com materiais editados pelos Gato Fedorento)"

terça-feira, 21 de outubro de 2008

What'll you do when you get lonely

Na terceira quinta-feira de Novembro, o Beaujolais Nouveau é posto à venda. Um vinho novo, leve, fermentado em poucas semanas.

“Layla” a canção escrita por Eric Clapton, foi considerada uma das 500 melhores de sempre, pela Rolling Stones.
Nunca ouvi 500 canções, mas creio que “Layla” é uma das melhores, não de sempre, mas desde 1972, quando a ouvi pela primeira vez.

Muitos críticos consideram o Beaujolais como simples e imaturo. Muitos homens são celibatários. Muitos outros nunca ouviram “Layla”.

O vinho supracitado deve ser bebido imediatamente.
"Layla” foi composta por amor a Pattie Boyd, mulher de George Harrison. Pattie tinha 21 anos quando casou com o Beatle. O seu amigo apaixonou-se pela sua mulher. Pattie era o Beaujolais deles: nova, imatura, frutada.
Foi Clapton quem a amou mais tarde. Como um bom Beaujolais Nouveau que se aguenta 1 ano.
George Harrison esteve presente no casamento. Sem mágoas. Talvez ainda com os sabores dominantes a pêra e banana da sua ex-mulher.

As mulheres são "Nouveaus" que devem ser consumidas novas. Até aos 23. Se duma boa colheita, até aos 29. Nenhum crítico vai mais longe, nem nenhum apaixonado.

Se na terceira quinta-feira de Novembro não arranjar uma garrafa de Beaujolais, tornar-me-ei abstémio e, calmamente, beberei “Layla” pelos ouvidos.

made in eu

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Chega. Zap...

Para tentar fugir às notícias das bolsas, e do mendigar à confiança, decido ver um filme gay.
Um homem (?) com umas correias nas costas, deita-se na cama. Zap, mudo de canal. Não há fuga. Um ministro diz que os portugueses podem estar descansados com a solidez dos bancos. Zap, aproxima-se um outro homem (?), musculoso, sem correias. Beijam-se. Zap, o ministro, antes do segundo, está algures na Europa numa reunião. Diz que… Zap, as pernas nos ombros do parceiro… Zap, as famílias portuguesas… Zap, o ritmo da penetração aumenta. A cama chia. Zap, imagino os políticos a querem beijar-se. Zap, a quietude regressa aos gays. Não estou com vontade de pensar em pernas nos ombros de governantes, ou pernas de governantes levados aos ombros por gays. Um frasco de lubrificante jaz sobre a cama. Mais dois parceiros, desta vez noutra posição. Mais dois ministros na mesma. Parecem penetrar-se. Querem penetrar-nos. Já não se importam que os penetremos. Desisto. Ainda penso em novo zap. Páro. Tenho medo de cair num canal feminino e preferir qualquer dos outros. Chega de tentar estimular a disfunção eréctil. Chega de castigo para uma noite só.


made in eu

sábado, 11 de outubro de 2008

noivas, noivos e outras putas

- Irritação é uma corrente eléctrica, provocada por um deslizamento de ideias, que chega aos neurónios, sem que se saiba aonde é o epicentro - declarou com firmeza, Augusto. Na mesma mesa, um homem e duas mulheres acompanhavam-no num café curto. Ao lado, Manuel disse claramente a Francisco, que, no saber popular, uma boa mulher deve ser uma puta na cama. Pois – respondeu Francisco – esse é o único local onde a minha não é puta. - Todos os que acham que devem decidir o que outros podem fazer na vida, sem que se comprometam terceiros, como nas touradas e nas adopções, são vistos como figurantes circenses que em vez de riso, causam irritação – discursou Paulo. Nem a tua, nem a minha - acrescentou Manuel - nem queria que fosse. Já tiveste uma puta na cama? - Não. E tu? - Também não, mas conheço muito bem uma fora dela, tal como tu. - A proposta era sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo? Parece-me ter ouvido casamento homossexual - disse Luisa - um casamento entre um gay e uma lésbica é um casamento homossexual, não é? - Um casamento homossexual é entre homossexuais, suponho - atreveu-se a dizer Juliana - a lésbica é homem e o gay, mulher. Está certo, então.
- Ouviste aquelas, Manuel? - Ouvi. - São daquelas fufas que se querem casar. - Coisas de paneleiros. Esses gajos deviam ir todos levar no cu. - Mas isso deixa-os felizes. - Porra, então não sei o que hei-de dizer.


made in eu

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

tédio assexual

Os jornais "à borla" que nos metem nas mãos, tal qual faziam os vendedores de "time-sharing", em plena Rua Augusta, são repulsivos. As notícias ainda mais:

Assédio no emprego é fenómeno a crescer. As vítimas podem ser uma em cada quatro mulheres. No desenvolvimento diz: Quatro em cada dez mulheres são assediadas no emprego.
Regra de três simples, à parte, dá noves fora nada? Uma está para quatro assim com quatro estão para dez? Ou será que é uma igual a todas e todas valem nenhuma? Quem acredita que aquelas senhoras que se vêem sentadas às portas das fábricas, vigilantes por ordem dos sindicatos, que berram em vez de falarem e repelentes em vez de atraentes, são assediadas? Pelas máquinas de costura, talvez, ou pelos seguranças com taxas de alcoolemia nunca vistas. As mulheres portuguesas, muito à frente das suas congéneres europeias, quer em parvoíce, quer em falta de beleza, sonham de noite para contar de dia. Uma em quatro ou quatro em dez? Quem adivinhará a próxima sequência lógica?


E continua: Deco recebeu 700 queixas sobre gestão de condomínios. Ora francamente! Só podem ser adeptos do Cristiano Ronaldo e do Man United a tentarem destabilizar o Chelsea. Por que importunam o futebolista sobre condomínios e sua gestão? Que saberá ele disso? E logo 700 queixas! Terão sido enviadas para a sede do clube londrino à atenção do jogador?

Uma revista noticiava, na capa, que Cristiano Ronaldo, depois de sexo, fazia gelo. Quem não for desportista, não estiver atento ao fenómeno desportivo ou à industria do futebol, não imagine que o rapaz vai a correr encher de água as formas para gelo e pô-las no congelador. Ou será que vai?

Quatro em cada dez Ronaldos serão assediados, continuamente, por dois em cada seis meses, e as portuguesas terão tanta razão de queixa sobre gestão de condomínios, como dos níveis de alcoolemia, no local de trabalho?

Só o álcool mantém a continuação da "raça lusa". Sem ele, não seriam as mulheres, mas as amendoeiras em flor, a serem assediadas. Três em cada cinco?

made in eu

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

ela

Heisenberg; Bohr; Houtermans; Schrödinger e outros. Para além da mecânica quântica, em que mais pensaria tal gente?
Físicos. Insistem que tudo começou num ponto que explodiu. O Big Bang deu origem ao universo. Falta prová-lo. Lá chegarão.

Outra coisa que começou e parece não acabar mais é ela. Tal como o universo, está em expansão. Provada há muito, não lhe dei a importância devida, difícil de acreditar.
Julguei que fosse o salazarismo. Depois de uns anos de democracia parlamentar, soube que não era pelo Salazar. Acreditei que fosse a corrupção. O Apito Dourado. Como se compra um árbitro, com putas? Um bom broche vale um penalty e um mau, um livre indirecto? Os partidos chegam lá quase. A vaidade? Ajuda, e muito. Tantas equações, tantos gráficos, tantas estatísticas.


Afinal, qual o mal deste país, desde o seu Big Bang até ao segundo mais actual? A estupidez! É uma bolha que rebenta e se forma ao mesmo tempo. Que cobre tudo e todos e da qual se não foge. Não há partidos que valham. Nem ditadura. Nem parlamento. Nem mecânica quântica. Nem corrupção. Nem broche, bom ou mau.

A estupidez parece parada, como uma mulher estática que espera do homem aquilo que ele dela não espera. E contudo, como diria Galileo Galilei, ela move-se.


made in eu

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

TENS MAIS DE 40 ANOS E A QUARTA CLASSE?

Com as rugas e os cabelos brancos já se sabe que nasceste antes de Maio de 68, por isso, quando te perguntarem a idade, e para não parecer muito mal, basta responderes:
Tenho uma cotaidade de anos...
Se te perguntarem quantos anos tens (relativamente à idade), basta responderes:
Uma cotaidade deles.....

JP+P