Do filme "Play it again Sam":
Um homem, completamente desesperado, para arranjar uma mulher, depois da dele o ter deixado, entra numa galeria de arte, aproxima-se e tenta "meter conversa" com uma solitária, perguntando-lhe algo sobre a obra à frente deles. Ouve-a dar uma explicação com um vocabulário "artístico" e de sentido duvidoso. No fim da narração, pergunta-lhe ele:
- Tens planos para Sábado à noite?
- Sábado à noite vou-me suicidar.
- Então e para Sexta à noite?
made in eu
segunda-feira, 30 de abril de 2007
sexta-feira, 27 de abril de 2007
A Criadora
São, a criadora deste blogue.
Só ela: uma torradinha e uma piadona.
Um beijo do primo
made in eu
São Veiga em ; www.pedropalma.net
Só ela: uma torradinha e uma piadona.
Um beijo do primo
made in eu
São Veiga em ; www.pedropalma.net
desaparecer
Depois de chegar à conclusão que a coerência é impossível de alcançar, desaparecer do mundo é a solução mais espiritual.
Nem todos pensam assim, ou só eu penso assim, não importa. Há alguém de quem gosto mais que de mim, pelo que não posso desaparecer por minha vontade.
Isto é o que faz ouvir o 3º andamento da 3ª sinfonia de Brahms logo de manhã, antes de beber café. Dá-me para pieguices.
made in eu
Nem todos pensam assim, ou só eu penso assim, não importa. Há alguém de quem gosto mais que de mim, pelo que não posso desaparecer por minha vontade.
Isto é o que faz ouvir o 3º andamento da 3ª sinfonia de Brahms logo de manhã, antes de beber café. Dá-me para pieguices.
made in eu
quinta-feira, 26 de abril de 2007
Aqui del-rei !
Nada mais pernicioso para as populações que dispor dos serviços de empresas municipalizadas.
É quando oiço alguns deputados no parlamento falarem em políticas para o país, que mais me lembro das antigas escarradeiras nos cafés.
Para o país? Nem um concelho conseguem gerir, de jeito.
Creio que se tivessem um dia o poder, deixariam o país a pão e água.
Bem, a pão talvez. A água, nem vê-la.
made in eu
É quando oiço alguns deputados no parlamento falarem em políticas para o país, que mais me lembro das antigas escarradeiras nos cafés.
Para o país? Nem um concelho conseguem gerir, de jeito.
Creio que se tivessem um dia o poder, deixariam o país a pão e água.
Bem, a pão talvez. A água, nem vê-la.
made in eu
cientistas
Espanto-me com esta busca incessante dos cientistas para encontrarem planetas com vestígios de água.
Como se não se tivesse já "crescido e multiplicado" suficientemente a água no nosso, ainda querem fazer o mesmo à dos outros?
Às vezes custa-me acordar para a vida...
made in eu
Como se não se tivesse já "crescido e multiplicado" suficientemente a água no nosso, ainda querem fazer o mesmo à dos outros?
Às vezes custa-me acordar para a vida...
made in eu
terça-feira, 24 de abril de 2007
Abril
Quase três períodos de tempo, iguais ao que tinha vivido até então, passaram já desde 25 de Abril de 74.
Por mais esforço que faça, não me consigo lembrar do que fiz a 23 de Abril desse ano, nem como foi o 24, mas do 25 recordo-me bem. E do 26, e do 27, e, principalmente, do 1º de Maio logo a seguir.
Pobre povo idiota de sempre... Não foi esperança que Abril lhe deu, apesar de ser o que se pensava, mas sim liberdade.
O 25 de Abril deu-nos liberdade. Como um cão a desfazer a bola de trapos, como uma criança que parte o brinquedo, como um pássaro que sai da gaiola e parece não saber voar; parecia não se saber o que fazer com ela. Não interessava saber. Eu vi a alegria das pessoas, vi o alívio das mães pelo fim da guerra, vi a idiotice da desgraça misturar-se com a desgraça da idiotice mas liberdade era aquilo. Aquilo mesmo.
O testemunho mais comovente vi-o na televisão, contado por o mestre de um Cacilheiro. Estava de serviço nesse dia e assitiu ao evoluir dos acontecimentos a partir da ponte do seu navio. Desde a chegada das tropas até à rendição no Carmo, sempre entre o vai-e-vem das travessias. Quando no fim do dia teve a certeza que a ditadura tinha acabado, sentou-se num pequeno banco de madeira que tinha na ponte e, agarrado ao leme, chorou.
É assim a alegria da verdade...
A passagem pelo tempo nubla a memória. A esperança confundida no turbilhão do momento.
Nem tudo é melhor agora. Antes de Abril de 74, os engenheiros eram engenheiros. Lisboa era mais bonita. A comida melhor, incluindo a dos pobres.
Mas como disse alguém: quem sacrifica a liberdade pelo dinheiro, não merece nem o dinheiro, nem a liberdade.
A alegria esfumou-se em pouco tempo. A estupidez, sempre a mesma, mas com laivos de seriedade e competência, trouxe-nos ao que somos hoje.
Mas aqueles dias jamais se apagarão.
made in eu
Nota: Minha singela homenagem à alegria a que assisti, com Ary, pois claro.
José Carlos Ary dos Santos
Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.
Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.
Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.
Ali nas vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
vivia um povo tão pobre
que partia para a guerra
para encher quem estava podre
de comer a sua terra.
Um povo que era levado
para Angola nos porões
um povo que era tratado
como a arma dos patrões
um povo que era obrigado
a matar por suas mãos
sem saber que um bom soldado
nunca fere os seus irmãos.
Ora passou-se porém
que dentro de um povo escravo
alguém que lhe queria bem
um dia plantou um cravo.
Era a semente da esperança
feita de força e vontade
era ainda uma criança
mas já era a liberdade.
Era já uma promessa
era a força da razão
do coração à cabeça
da cabeça ao coração.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
Esses que tinham lutado
a defender um irmão
esses que tinham passado
o horror da solidão
esses que tinham jurado
sobre uma côdea de pão
ver o povo libertado
do terror da opressão.
Não tinham armas é certo
mas tinham toda a razão
quando um homem morre perto
tem de haver distanciação
uma pistola guardada
nas dobras da sua opção
uma bala disparada
contra a sua própria mão
e uma força perseguida
que na escolha do mais forte f
az com que a força da vida
seja maior do que a morte.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
Posta a semente do cravo
começou a floração
do capitão ao soldado
do soldado ao capitão.
Foi então que o povo armado
percebeu qual a razão
porque o povo despojado
lhe punha as armas na mão.
Pois também ele humilhado
em sua própria grandeza
era soldado forçado
contra a pátria portuguesa.
Era preso e exilado
e no seu próprio país
muitas vezes estrangulado
pelos generais senis.
Capitão que não comanda
não pode ficar calado
é o povo que lhe manda
ser capitão revoltado
é o povo que lhe diz
que não ceda e não hesite–
pode nascer um país
do ventre duma chaimite.
Porque a força bem empregue
contra a posição contrária
nunca oprime nem persegue–
é força revolucionária!
Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.
Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.
E então por vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
desceram homens sem medo
marujos soldados «páras»
que não queriam o degredo
dum povo que se separa.
E chegaram à cidade
onde os monstros se acoitavam
era a hora da verdade
para as hienas que mandavam
a hora da claridade
para os sóis que despontavam
e a hora da vontade
para os homens que lutavam.
Em idas vindas esperas
encontros esquinas e praças
não se pouparam as feras
arrancaram-se as mordaças
e o povo saiu à rua
com sete pedras na mão
e uma pedra de lua
no lugar do coração.
Dizia soldado amigo
meu camarada e irmão
este povo está contigo
nascemos do mesmo chão
trazemos a mesma chama
temos a mesma ração
dormimos na mesma cama
comendo do mesmo pão.
Camarada e meu amigo
soldadinho ou capitão
este povo está contigo
a malta dá-te razão.
Foi esta força sem tiros
de antes quebrar que torcer
esta ausência de suspiros
esta fúria de viver
este mar de vozes livres
sempre a crescer a crescer
que das espingardas fez livros
para aprendermos a ler
que dos canhões fez enxadas
para lavrarmos a terra
e das balas disparadas
apenas o fim da guerra.
Foi esta força viril
de antes quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.
E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.
Mesmo que tenha passado
às vezes por mãos estranhas
o poder que ali foi dado
saiu das nossas entranhas.
Saiu das vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
onde um povo se curvava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe.
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu.
Essas portas que em Caxias
se escancararam de vez
essas janelas vazias
que se encheram outra vez
e essas celas tão frias
tão cheias de sordidez
que espreitavam como espias
todo o povo português.
Agora que já floriu
a esperança na nossa terra
as portas que Abril abriu
nunca mais ninguém as cerra.
Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.
Quando o povo desfilou
nas ruas em procissão
de novo se processou
a própria revolução.
Mas eram olhos as balas
abraços punhais e lanças
enamoradas as alas
dos soldados e crianças.
E o grito que foi ouvido
tantas vezes repetido
dizia que o povo unido
jamais seria vencido.
Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.
E então operários mineiros
pescadores e ganhões
marçanos e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
e outras muitas profissões
souberam que o seu dinheiro
era presa dos patrões.
A seu lado também estavam
jornalistas que escreviam
actores que se desdobravam
cientistas que aprendiam
poetas que estrebuchavam
cantores que não se vendiam
mas enquanto estes lutavam
é certo que não sentiam
a fome com que apertavam
os cintos dos que os ouviam.
Porém cantar é ternura
escrever constrói liberdade
e não há coisa mais pura
do que dizer a verdade.
E uns e outros irmanados
na mesma luta de ideais
ambos sectores explorados
ficaram partes iguais.
Entanto não descansavam
entre pragas e perjúrios
agulhas que se espetavam
silêncios boatos murmúrios
risinhos que se calavam
palácios contra tugúrios
fortunas que levantavam
promessas de maus augúrios
os que em vida se enterravam
por serem falsos e espúrios
maiorais da minoria
que diziam silenciosa
e que em silêncio fazia
a coisa mais horrorosa:
minar como um sinapismo
e com ordenados régios
o alvor do socialismo
e o fim dos privilégios.
Foi então se bem vos lembro
que sucedeu a vindima
quando pisámos Setembro
a verdade veio acima.
E foi um mosto tão forte
que sabia tanto a Abril
que nem o medo da morte
nos fez voltar ao redil.
Ali ficámos de pé
juntos soldados e povo
para mostrarmos como é
que se faz um país novo.
Ali dissemos não passa!
E a reacção não passou.
Quem já viveu a desgraça
odeia a quem desgraçou.
Foi a força do Outono
mais forte que a Primavera
que trouxe os homens sem dono
de que o povo estava à espera.
Foi a força dos mineiros
pescadores e ganhões
operários e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
e outras muitas profissões
que deu o poder cimeiro
a quem não queria patrões.
Desde esse dia em que todos
nós repartimos o pão
é que acabaram os bodos—
cumpriu-se a revolução.
Porém em quintas vivendas
palácios e palacetes
os generais com prebendas
caciques e cacetetes
os que montavam cavalos
para caçarem veados
os que davam dois estalos
na cara dos empregados
os que tinham bons amigos
no consórcio dos sabões
e coçavam os umbigos
como quem coça os galões
os generais subalternos
que aceitavam os patrões
os generais inimigos
os generais garanhões
teciam teias de aranha
e eram mais camaleões
que a lombriga que se amanha
com os próprios cagalhões.
Com generais desta apanha
já não há revoluções.
Por isso o onze de Março
foi um baile de Tartufos
uma alternância de terços
entre ricaços e bufos.
E tivemos de pagar
com o sangue de um soldado
o preço de já não estar
Portugal suicidado.
Fugiram como cobardes
e para terras de Espanha
os que faziam alardes
dos combates em campanha.
E aqui ficaram de pé
capitães de pedra e cal
os homens que na Guiné
aprenderam Portugal.
Os tais homens que sentiram
que um animal racional
opõe àqueles que o firam
consciência nacional.
Os tais homens que souberam
fazer a revolução
porque na guerra entenderam
o que era a libertação.
Os que viram claramente
e com os cinco sentidos
morrer tanta tanta gente
que todos ficaram vivos.
Os tais homens feitos de aço
temperado com a tristeza
que envolveram num abraço
toda a história portuguesa.
Essa história tão bonita
e depois tão maltratada
por quem herdou a desdita
da história colonizada.
Dai ao povo o que é do povo
pois o mar não tem patrões.
– Não havia estado novo
nos poemas de Camões!
Havia sim a lonjura
e uma vela desfraldada
para levar a ternura
à distância imaginada.
Foi este lado da história
que os capitães descobriram
que ficará na memória
das naus que de Abril partiram
das naves que transportaram
o nosso abraço profundo
aos povos que agora deram
novos países ao mundo.
Por saberem como é
ficaram de pedra e cal
capitães que na Guiné
descobriram Portugal.
E em sua pátria fizeram
o que deviam fazer:
ao seu povo devolveram
o que o povo tinha a haver:
Bancos seguros petróleos
que ficarão a render
ao invés dos monopólios
para o trabalho crescer.
Guindastes portos navios
e outras coisas para erguer
antenas centrais e fios dum
país que vai nascer.
Mesmo que seja com frio
é preciso é aquecer
pensar que somos um rio
que vai dar onde quiser
pensar que somos um mar
que nunca mais tem fronteiras
e havemos de navegar
de muitíssimas maneiras.
No Minho com pés de linho
no Alentejo com pão
no Ribatejo com vinho
na Beira com requeijão
e trocando agora as voltas
ao vira da produção
no Alentejo bolotas
no Algarve maçapão
vindimas no Alto Douro
tomates em Azeitão
azeite da cor do ouro
que é verde ao pé do Fundão
e fica amarelo puro
nos campos do Baleizão.
Quando a terra for do povo
o povo deita-lhe a mão!
É isto a reforma agrária
em sua própria expressão:
a maneira mais primária
de que nós temos um quinhão
da semente proletária
da nossa revolução.
Quem a fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
um menino que sorriu
uma porta que se abrisse
um fruto que se expandiu
um pão que se repartisse
um capitão que seguiu
o que a história lhe predisse
e entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo que levantava
sobre um rio de pobreza
a bandeira em que ondulava
a sua própria grandeza!
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
e só nos faltava agora
que este Abril não se cumprisse.
Só nos faltava que os cães
viessem ferrar o dente
na carne dos capitães
que se arriscaram na frente.
Na frente de todos nós
povo soberano e total
que ao mesmo tempo é a voz
e o braço de Portugal.
Ouvi banqueiros fascistas
agiotas do lazer
latifundiários machistas
balofos verbos de encher
e outras coisas em istas
que não cabe dizer aqui
que aos capitães progressistas
o povo deu o poder!
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe!
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu!
Lisboa : Ed. Comunicação, 1975
Por mais esforço que faça, não me consigo lembrar do que fiz a 23 de Abril desse ano, nem como foi o 24, mas do 25 recordo-me bem. E do 26, e do 27, e, principalmente, do 1º de Maio logo a seguir.
Pobre povo idiota de sempre... Não foi esperança que Abril lhe deu, apesar de ser o que se pensava, mas sim liberdade.
O 25 de Abril deu-nos liberdade. Como um cão a desfazer a bola de trapos, como uma criança que parte o brinquedo, como um pássaro que sai da gaiola e parece não saber voar; parecia não se saber o que fazer com ela. Não interessava saber. Eu vi a alegria das pessoas, vi o alívio das mães pelo fim da guerra, vi a idiotice da desgraça misturar-se com a desgraça da idiotice mas liberdade era aquilo. Aquilo mesmo.
O testemunho mais comovente vi-o na televisão, contado por o mestre de um Cacilheiro. Estava de serviço nesse dia e assitiu ao evoluir dos acontecimentos a partir da ponte do seu navio. Desde a chegada das tropas até à rendição no Carmo, sempre entre o vai-e-vem das travessias. Quando no fim do dia teve a certeza que a ditadura tinha acabado, sentou-se num pequeno banco de madeira que tinha na ponte e, agarrado ao leme, chorou.
É assim a alegria da verdade...
A passagem pelo tempo nubla a memória. A esperança confundida no turbilhão do momento.
Nem tudo é melhor agora. Antes de Abril de 74, os engenheiros eram engenheiros. Lisboa era mais bonita. A comida melhor, incluindo a dos pobres.
Mas como disse alguém: quem sacrifica a liberdade pelo dinheiro, não merece nem o dinheiro, nem a liberdade.
A alegria esfumou-se em pouco tempo. A estupidez, sempre a mesma, mas com laivos de seriedade e competência, trouxe-nos ao que somos hoje.
Mas aqueles dias jamais se apagarão.
made in eu
Nota: Minha singela homenagem à alegria a que assisti, com Ary, pois claro.
José Carlos Ary dos Santos
Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.
Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.
Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.
Ali nas vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
vivia um povo tão pobre
que partia para a guerra
para encher quem estava podre
de comer a sua terra.
Um povo que era levado
para Angola nos porões
um povo que era tratado
como a arma dos patrões
um povo que era obrigado
a matar por suas mãos
sem saber que um bom soldado
nunca fere os seus irmãos.
Ora passou-se porém
que dentro de um povo escravo
alguém que lhe queria bem
um dia plantou um cravo.
Era a semente da esperança
feita de força e vontade
era ainda uma criança
mas já era a liberdade.
Era já uma promessa
era a força da razão
do coração à cabeça
da cabeça ao coração.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
Esses que tinham lutado
a defender um irmão
esses que tinham passado
o horror da solidão
esses que tinham jurado
sobre uma côdea de pão
ver o povo libertado
do terror da opressão.
Não tinham armas é certo
mas tinham toda a razão
quando um homem morre perto
tem de haver distanciação
uma pistola guardada
nas dobras da sua opção
uma bala disparada
contra a sua própria mão
e uma força perseguida
que na escolha do mais forte f
az com que a força da vida
seja maior do que a morte.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
Posta a semente do cravo
começou a floração
do capitão ao soldado
do soldado ao capitão.
Foi então que o povo armado
percebeu qual a razão
porque o povo despojado
lhe punha as armas na mão.
Pois também ele humilhado
em sua própria grandeza
era soldado forçado
contra a pátria portuguesa.
Era preso e exilado
e no seu próprio país
muitas vezes estrangulado
pelos generais senis.
Capitão que não comanda
não pode ficar calado
é o povo que lhe manda
ser capitão revoltado
é o povo que lhe diz
que não ceda e não hesite–
pode nascer um país
do ventre duma chaimite.
Porque a força bem empregue
contra a posição contrária
nunca oprime nem persegue–
é força revolucionária!
Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.
Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.
E então por vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
desceram homens sem medo
marujos soldados «páras»
que não queriam o degredo
dum povo que se separa.
E chegaram à cidade
onde os monstros se acoitavam
era a hora da verdade
para as hienas que mandavam
a hora da claridade
para os sóis que despontavam
e a hora da vontade
para os homens que lutavam.
Em idas vindas esperas
encontros esquinas e praças
não se pouparam as feras
arrancaram-se as mordaças
e o povo saiu à rua
com sete pedras na mão
e uma pedra de lua
no lugar do coração.
Dizia soldado amigo
meu camarada e irmão
este povo está contigo
nascemos do mesmo chão
trazemos a mesma chama
temos a mesma ração
dormimos na mesma cama
comendo do mesmo pão.
Camarada e meu amigo
soldadinho ou capitão
este povo está contigo
a malta dá-te razão.
Foi esta força sem tiros
de antes quebrar que torcer
esta ausência de suspiros
esta fúria de viver
este mar de vozes livres
sempre a crescer a crescer
que das espingardas fez livros
para aprendermos a ler
que dos canhões fez enxadas
para lavrarmos a terra
e das balas disparadas
apenas o fim da guerra.
Foi esta força viril
de antes quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.
E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.
Mesmo que tenha passado
às vezes por mãos estranhas
o poder que ali foi dado
saiu das nossas entranhas.
Saiu das vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
onde um povo se curvava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe.
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu.
Essas portas que em Caxias
se escancararam de vez
essas janelas vazias
que se encheram outra vez
e essas celas tão frias
tão cheias de sordidez
que espreitavam como espias
todo o povo português.
Agora que já floriu
a esperança na nossa terra
as portas que Abril abriu
nunca mais ninguém as cerra.
Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.
Quando o povo desfilou
nas ruas em procissão
de novo se processou
a própria revolução.
Mas eram olhos as balas
abraços punhais e lanças
enamoradas as alas
dos soldados e crianças.
E o grito que foi ouvido
tantas vezes repetido
dizia que o povo unido
jamais seria vencido.
Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.
E então operários mineiros
pescadores e ganhões
marçanos e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
e outras muitas profissões
souberam que o seu dinheiro
era presa dos patrões.
A seu lado também estavam
jornalistas que escreviam
actores que se desdobravam
cientistas que aprendiam
poetas que estrebuchavam
cantores que não se vendiam
mas enquanto estes lutavam
é certo que não sentiam
a fome com que apertavam
os cintos dos que os ouviam.
Porém cantar é ternura
escrever constrói liberdade
e não há coisa mais pura
do que dizer a verdade.
E uns e outros irmanados
na mesma luta de ideais
ambos sectores explorados
ficaram partes iguais.
Entanto não descansavam
entre pragas e perjúrios
agulhas que se espetavam
silêncios boatos murmúrios
risinhos que se calavam
palácios contra tugúrios
fortunas que levantavam
promessas de maus augúrios
os que em vida se enterravam
por serem falsos e espúrios
maiorais da minoria
que diziam silenciosa
e que em silêncio fazia
a coisa mais horrorosa:
minar como um sinapismo
e com ordenados régios
o alvor do socialismo
e o fim dos privilégios.
Foi então se bem vos lembro
que sucedeu a vindima
quando pisámos Setembro
a verdade veio acima.
E foi um mosto tão forte
que sabia tanto a Abril
que nem o medo da morte
nos fez voltar ao redil.
Ali ficámos de pé
juntos soldados e povo
para mostrarmos como é
que se faz um país novo.
Ali dissemos não passa!
E a reacção não passou.
Quem já viveu a desgraça
odeia a quem desgraçou.
Foi a força do Outono
mais forte que a Primavera
que trouxe os homens sem dono
de que o povo estava à espera.
Foi a força dos mineiros
pescadores e ganhões
operários e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
e outras muitas profissões
que deu o poder cimeiro
a quem não queria patrões.
Desde esse dia em que todos
nós repartimos o pão
é que acabaram os bodos—
cumpriu-se a revolução.
Porém em quintas vivendas
palácios e palacetes
os generais com prebendas
caciques e cacetetes
os que montavam cavalos
para caçarem veados
os que davam dois estalos
na cara dos empregados
os que tinham bons amigos
no consórcio dos sabões
e coçavam os umbigos
como quem coça os galões
os generais subalternos
que aceitavam os patrões
os generais inimigos
os generais garanhões
teciam teias de aranha
e eram mais camaleões
que a lombriga que se amanha
com os próprios cagalhões.
Com generais desta apanha
já não há revoluções.
Por isso o onze de Março
foi um baile de Tartufos
uma alternância de terços
entre ricaços e bufos.
E tivemos de pagar
com o sangue de um soldado
o preço de já não estar
Portugal suicidado.
Fugiram como cobardes
e para terras de Espanha
os que faziam alardes
dos combates em campanha.
E aqui ficaram de pé
capitães de pedra e cal
os homens que na Guiné
aprenderam Portugal.
Os tais homens que sentiram
que um animal racional
opõe àqueles que o firam
consciência nacional.
Os tais homens que souberam
fazer a revolução
porque na guerra entenderam
o que era a libertação.
Os que viram claramente
e com os cinco sentidos
morrer tanta tanta gente
que todos ficaram vivos.
Os tais homens feitos de aço
temperado com a tristeza
que envolveram num abraço
toda a história portuguesa.
Essa história tão bonita
e depois tão maltratada
por quem herdou a desdita
da história colonizada.
Dai ao povo o que é do povo
pois o mar não tem patrões.
– Não havia estado novo
nos poemas de Camões!
Havia sim a lonjura
e uma vela desfraldada
para levar a ternura
à distância imaginada.
Foi este lado da história
que os capitães descobriram
que ficará na memória
das naus que de Abril partiram
das naves que transportaram
o nosso abraço profundo
aos povos que agora deram
novos países ao mundo.
Por saberem como é
ficaram de pedra e cal
capitães que na Guiné
descobriram Portugal.
E em sua pátria fizeram
o que deviam fazer:
ao seu povo devolveram
o que o povo tinha a haver:
Bancos seguros petróleos
que ficarão a render
ao invés dos monopólios
para o trabalho crescer.
Guindastes portos navios
e outras coisas para erguer
antenas centrais e fios dum
país que vai nascer.
Mesmo que seja com frio
é preciso é aquecer
pensar que somos um rio
que vai dar onde quiser
pensar que somos um mar
que nunca mais tem fronteiras
e havemos de navegar
de muitíssimas maneiras.
No Minho com pés de linho
no Alentejo com pão
no Ribatejo com vinho
na Beira com requeijão
e trocando agora as voltas
ao vira da produção
no Alentejo bolotas
no Algarve maçapão
vindimas no Alto Douro
tomates em Azeitão
azeite da cor do ouro
que é verde ao pé do Fundão
e fica amarelo puro
nos campos do Baleizão.
Quando a terra for do povo
o povo deita-lhe a mão!
É isto a reforma agrária
em sua própria expressão:
a maneira mais primária
de que nós temos um quinhão
da semente proletária
da nossa revolução.
Quem a fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
um menino que sorriu
uma porta que se abrisse
um fruto que se expandiu
um pão que se repartisse
um capitão que seguiu
o que a história lhe predisse
e entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo que levantava
sobre um rio de pobreza
a bandeira em que ondulava
a sua própria grandeza!
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
e só nos faltava agora
que este Abril não se cumprisse.
Só nos faltava que os cães
viessem ferrar o dente
na carne dos capitães
que se arriscaram na frente.
Na frente de todos nós
povo soberano e total
que ao mesmo tempo é a voz
e o braço de Portugal.
Ouvi banqueiros fascistas
agiotas do lazer
latifundiários machistas
balofos verbos de encher
e outras coisas em istas
que não cabe dizer aqui
que aos capitães progressistas
o povo deu o poder!
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe!
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu!
Lisboa : Ed. Comunicação, 1975
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Heil Hitler !
Ouvi José Pinto Coelho, do PNR, dizer que não interessa se se é careca ou gadelhudo, desde que se ame Portugal, todos têm lugar no seu partido.
Como se não bastasse tudo o resto, aí está uma vertente que me põe em sentido oposto. Eu não amo Portugal. Aliás, eu acho Portugal um nojo. Não é pela sociedade portuguesa que aqui vivo e muito menos, mas mesmo muito menos, pelo PNR.
Contudo, votaria contra qualquer proposta de eliminação do partido. Todos temos, ou deveríamos ter, direito às nossas ideias, ou às dos outros, a odiar quem quisermos, a ler tudo o que tivermos vontade, a adorar quem, e como, amarmos adorar.
Não me incomoda nada que os elementos do PNR tenham em casa, ou em sede própria, bandeiras nazis, bustos do Hitler, suásticas desenhadas na pele.
Coloquem na parede um poster gigante dos prisioneiros em Auschwitz e masturbem-se em grupo, se isso lhes dá prazer.
Vejam filmes do KKK e babem-se.
Procurem em sexshops, bocas de silicone e pintem-lhes um bigodinho; nada poderá dar mais prazer a um nazi que uma boa chupada do grande líder.
Todos devemos poder ser livres na nossa imaginação, sem que sejamos, por isso, perseguidos.
Mas se apenas um levantar um dedo que seja, para tocar em alguém, português ou não, negro ou não, com o argumento de amarem Portugal, devemos lembrar-nos que ninguém tem culpa que estes doentes mentais existam e que com o mesmo direito que têm de pensar livre, têm o dever de não se intrometer na vida de quem quer que seja.
Caso contrário é acabar com eles a fogo e não deixar um vivo.
made in eu
Como se não bastasse tudo o resto, aí está uma vertente que me põe em sentido oposto. Eu não amo Portugal. Aliás, eu acho Portugal um nojo. Não é pela sociedade portuguesa que aqui vivo e muito menos, mas mesmo muito menos, pelo PNR.
Contudo, votaria contra qualquer proposta de eliminação do partido. Todos temos, ou deveríamos ter, direito às nossas ideias, ou às dos outros, a odiar quem quisermos, a ler tudo o que tivermos vontade, a adorar quem, e como, amarmos adorar.
Não me incomoda nada que os elementos do PNR tenham em casa, ou em sede própria, bandeiras nazis, bustos do Hitler, suásticas desenhadas na pele.
Coloquem na parede um poster gigante dos prisioneiros em Auschwitz e masturbem-se em grupo, se isso lhes dá prazer.
Vejam filmes do KKK e babem-se.
Procurem em sexshops, bocas de silicone e pintem-lhes um bigodinho; nada poderá dar mais prazer a um nazi que uma boa chupada do grande líder.
Todos devemos poder ser livres na nossa imaginação, sem que sejamos, por isso, perseguidos.
Mas se apenas um levantar um dedo que seja, para tocar em alguém, português ou não, negro ou não, com o argumento de amarem Portugal, devemos lembrar-nos que ninguém tem culpa que estes doentes mentais existam e que com o mesmo direito que têm de pensar livre, têm o dever de não se intrometer na vida de quem quer que seja.
Caso contrário é acabar com eles a fogo e não deixar um vivo.
made in eu
domingo, 22 de abril de 2007
todos iguais
Excluindo a estética, e as ideias pré-concebidas, sexo anal entre dois homens é exactamente o mesmo que entre um homem e uma mulher.
made in eu
made in eu
Só mesmo...
Mais estúpido que se acreditar na honestidade de um político, só mesmo as mulheres irem para a tropa.
made in eu
made in eu
lições orgásticas
Que sabemos nós os vivos do que é estar morto?
Mario Puzo escreveu em "Fools Die" que o orgasmo da mulher é a lava a escorrer pela encosta abaixo enquanto o do homem é a explosão do cume vulcânico.
Uma revista feminina anunciava: "Como obter um bom orgasmo".
Eu nem sabia que havia maus orgasmos!
Nunca saberemos o que sente o outro género nem o que sente cada indíviduo do nosso. Não adianta tentar saber mais. Dor e prazer não se exprimem por palavras.
Sexo é procriação e instintivo. É esta a natureza dele e basta olhá-lo atentamente na natureza.
Mas nós, na nossa imensa estupidez, criámos até uma "vida sexual", e com ela todo um lixo de vivência. Fica por explicar a vontade dos virgens.
Se um dia se provar que há vida depois da morte, estou certo que alguma revista anunciará como obter um bom orgasmo no além.
made in eu
Mario Puzo escreveu em "Fools Die" que o orgasmo da mulher é a lava a escorrer pela encosta abaixo enquanto o do homem é a explosão do cume vulcânico.
Uma revista feminina anunciava: "Como obter um bom orgasmo".
Eu nem sabia que havia maus orgasmos!
Nunca saberemos o que sente o outro género nem o que sente cada indíviduo do nosso. Não adianta tentar saber mais. Dor e prazer não se exprimem por palavras.
Sexo é procriação e instintivo. É esta a natureza dele e basta olhá-lo atentamente na natureza.
Mas nós, na nossa imensa estupidez, criámos até uma "vida sexual", e com ela todo um lixo de vivência. Fica por explicar a vontade dos virgens.
Se um dia se provar que há vida depois da morte, estou certo que alguma revista anunciará como obter um bom orgasmo no além.
made in eu
sábado, 21 de abril de 2007
mais Seinfeld
Nós não queremos realmente visualizar os nossos pais a ter sexo. É demasiado desconfortável.
Sabemos que eles tiveram que ter sexo, pelo menos uma vez, para que nos tivessem a nós, mas ainda assim queremos acreditar na possibilidade: ". Bem, não sei. Não tenho muita certeza. Não posso prová-lo. Na verdade não sei se isso realmente aconteceu". Daí que se descobríssemos que tínhamos sido adoptados, seriam notícias maravilhosas. "Adoptado eu? Fantástico!" Isso quereria dizer que, pelo menos tecnicamente, haveria uma possibilidade de a nossa mãe e o nosso pai serem, afinal, somente grandes amigos.
Não que o sexo não seja uma coisa maravilhosa. É! Mas nós não queremos pensar que toda a nossa vida começou só porque alguém bebeu um pouco mais de vinho ao jantar.
made in eu
Sabemos que eles tiveram que ter sexo, pelo menos uma vez, para que nos tivessem a nós, mas ainda assim queremos acreditar na possibilidade: ". Bem, não sei. Não tenho muita certeza. Não posso prová-lo. Na verdade não sei se isso realmente aconteceu". Daí que se descobríssemos que tínhamos sido adoptados, seriam notícias maravilhosas. "Adoptado eu? Fantástico!" Isso quereria dizer que, pelo menos tecnicamente, haveria uma possibilidade de a nossa mãe e o nosso pai serem, afinal, somente grandes amigos.
Não que o sexo não seja uma coisa maravilhosa. É! Mas nós não queremos pensar que toda a nossa vida começou só porque alguém bebeu um pouco mais de vinho ao jantar.
made in eu
sexta-feira, 20 de abril de 2007
Be happy
Há tantas noites como dias, e tão grandes aquelas como estes, no decorrer do ano. Uma vida não pode ser feliz sem uma dose de malancolia. A palavra "feliz" perderia o seu significado se não fosse equilibrada pela tristeza.
Carl Jung
Ou como as últimas palavras de um anarquista francês, já nas escadas para a guilhotina:
- É bela a agonia dum homem.
Também não é preciso exagerar :-)
made in eu
Carl Jung
Ou como as últimas palavras de um anarquista francês, já nas escadas para a guilhotina:
- É bela a agonia dum homem.
Também não é preciso exagerar :-)
made in eu
Foi bom?
Lucas Mendes - BBC
Foi bom pra você?
Por que sexo é mais importante para os brasileiros do que para o resto do mundo?
Estamos com a medalha de ouro na pesquisa da Edward Laumann: Archives of Sexual Behaviour. Em 2006, ouviu 27.500 pessoas em 29 países, e nós lideramos o item sobre a importância do sexo, seguidos pelos sul-coreanos. Os turcos vêm em terceiro.
Em último lugar aparecem os japoneses e tailandeses. Enquanto 75% dos homens brasileiros dizem que sexo é muito importante, entre os japoneses o número cai para 28% e, entre as mulheres, desaba. Só 12% das japonesas acham que sexo é importante.
Nossos homens não só dão mais importância ao sexo como 59% estão satisfeitos. Nem tanto nossas mulheres: 60% delas estão insatisfeitas nas transas.
Numa pesquisa do Bem-Estar Sexual feita pela camisinha Durex em 26 países, os brasileiros ganharam a medalha de prata em número de vezes por ano (145). Só perdemos para os gregos, 164.
Com uma pesquisa ao lado da outra, fica claro que os brasileiros estão mais satisfeitos na cama do que as brasileiras, e Edward Laumann revela que só 43% delas acham que sexo é importante.
Há outras surpresas: os americanos, os canadenses e os mexicanos, homens e mulheres, são os mais satisfeitos sexualmente e têm os números mais equilibrados.
Será uma questão geográfica? Entre os canadenses, por exemplo, os homens e as mulhers estão quase empatados na felicidade sexual (71% e 68%).
Hoje há um grande investimento no Viagra (Cialis, etc...) para a mulher, e o laboratório Palatin, de Nova Jersey, está na liderança. Eles têm as ratas e ratos mais satisfeitos do pais.
A substância em inglês chama-se bremelanotide, mas não está nos nossos dicionários. Trata-se de uma versão sintética de um hormônio, e a intenção original era criar um bronzeador que protegesse contra câncer de pele.
Entre os homens, provocou ereções espontâneas, e excitou as mulheres. O laboratório esqueceu do câncer e aplicou nos ratos. As fêmeas reagiram sacudindo as orelhas sem parar, com pulos, esfregando os narizes com os machos e outros sinais de desejo sexual.
O laboratório já investiu mais de 150 milhões de dólares na pesquisa, que tem quase sete anos. Será que vai funcionar e conseguir aprovação da FDA, a agência americana que controla remédios e alimentos?
Não recomendo, mas por via das dúvidas comprei 50 ações. Minha amiga Helen, uma corretora, diz que é dinheiro no lixo. Prefere investir na viagem para o Dia Mundial da Masturbação Feminina, 29 de maio, em Chicago.
PS: Esta coluna foi boa para você?
Foi bom pra você?
Por que sexo é mais importante para os brasileiros do que para o resto do mundo?
Estamos com a medalha de ouro na pesquisa da Edward Laumann: Archives of Sexual Behaviour. Em 2006, ouviu 27.500 pessoas em 29 países, e nós lideramos o item sobre a importância do sexo, seguidos pelos sul-coreanos. Os turcos vêm em terceiro.
Em último lugar aparecem os japoneses e tailandeses. Enquanto 75% dos homens brasileiros dizem que sexo é muito importante, entre os japoneses o número cai para 28% e, entre as mulheres, desaba. Só 12% das japonesas acham que sexo é importante.
Nossos homens não só dão mais importância ao sexo como 59% estão satisfeitos. Nem tanto nossas mulheres: 60% delas estão insatisfeitas nas transas.
Numa pesquisa do Bem-Estar Sexual feita pela camisinha Durex em 26 países, os brasileiros ganharam a medalha de prata em número de vezes por ano (145). Só perdemos para os gregos, 164.
Com uma pesquisa ao lado da outra, fica claro que os brasileiros estão mais satisfeitos na cama do que as brasileiras, e Edward Laumann revela que só 43% delas acham que sexo é importante.
Há outras surpresas: os americanos, os canadenses e os mexicanos, homens e mulheres, são os mais satisfeitos sexualmente e têm os números mais equilibrados.
Será uma questão geográfica? Entre os canadenses, por exemplo, os homens e as mulhers estão quase empatados na felicidade sexual (71% e 68%).
Hoje há um grande investimento no Viagra (Cialis, etc...) para a mulher, e o laboratório Palatin, de Nova Jersey, está na liderança. Eles têm as ratas e ratos mais satisfeitos do pais.
A substância em inglês chama-se bremelanotide, mas não está nos nossos dicionários. Trata-se de uma versão sintética de um hormônio, e a intenção original era criar um bronzeador que protegesse contra câncer de pele.
Entre os homens, provocou ereções espontâneas, e excitou as mulheres. O laboratório esqueceu do câncer e aplicou nos ratos. As fêmeas reagiram sacudindo as orelhas sem parar, com pulos, esfregando os narizes com os machos e outros sinais de desejo sexual.
O laboratório já investiu mais de 150 milhões de dólares na pesquisa, que tem quase sete anos. Será que vai funcionar e conseguir aprovação da FDA, a agência americana que controla remédios e alimentos?
Não recomendo, mas por via das dúvidas comprei 50 ações. Minha amiga Helen, uma corretora, diz que é dinheiro no lixo. Prefere investir na viagem para o Dia Mundial da Masturbação Feminina, 29 de maio, em Chicago.
PS: Esta coluna foi boa para você?
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Jerry Seinfeld - O presente da amizade
Peço desde já desculpa pela tradução.
Made in eu
Um casal meu amigo teve um bebé. Há demasiada pressão para ver este bebé. Cada vez que falo com eles, dizem, "Tens de ir ver o bebé. Quando é que vais ver o bebé? Ver o bebé. Ver o bebé."
Nunca ninguém quer que vás ver o avô. "Tens de o ver. Está tão giiiiiro. 97 quilos. Adoro-os quando têm esta idade. Mil meses. Os oitenta anos são uma idade tão gira nos adultos. Tens de ir vê-lo. Hoje foi à casa-de-banho sózinho"
O difícil na visita, quando eles têm um bebé é o esforço que se tem de fazer para ter o mesmo entusiasmo que eles. Estão sempre tão excitados. "O que é que achas dele? O que é que achas?"
Por uma vez só, gostava de encontrar um casal que dissesse, "Sabes uma coisa? Sinceramente, não estamos muito satisfeitos com ele. Penso que cometemos um grande erro. Devíamos antes ter arranjado um aquário. Quere-lo? De facto estamos pelos cabelos".
Jerry Seinfeld (SeinLanguage)
Made in eu
Um casal meu amigo teve um bebé. Há demasiada pressão para ver este bebé. Cada vez que falo com eles, dizem, "Tens de ir ver o bebé. Quando é que vais ver o bebé? Ver o bebé. Ver o bebé."
Nunca ninguém quer que vás ver o avô. "Tens de o ver. Está tão giiiiiro. 97 quilos. Adoro-os quando têm esta idade. Mil meses. Os oitenta anos são uma idade tão gira nos adultos. Tens de ir vê-lo. Hoje foi à casa-de-banho sózinho"
O difícil na visita, quando eles têm um bebé é o esforço que se tem de fazer para ter o mesmo entusiasmo que eles. Estão sempre tão excitados. "O que é que achas dele? O que é que achas?"
Por uma vez só, gostava de encontrar um casal que dissesse, "Sabes uma coisa? Sinceramente, não estamos muito satisfeitos com ele. Penso que cometemos um grande erro. Devíamos antes ter arranjado um aquário. Quere-lo? De facto estamos pelos cabelos".
Jerry Seinfeld (SeinLanguage)
a natureza e nós
O Homem não se quis adaptar à natureza. Antes, quis adaptá-la a si. Com isso vai destruí-la e destruindo-a destrói-se a si. Nós, os inteligentes, confundimos inteligência com estupidez, mais que devíamos.
Parece o início do estudo da lógica. Comigo foi assim:
Todos os homens são mortais. Sócrates é homem, logo, Sócrates é mortal.
Claro que havia sempre quem não se entendesse com a lógica e para esses: Todos os homens são mortais. Sócrates é mortal, logo, todos os homens são Sócrates. (Nota: Não confundir mortal com engenheiro!)
Um óvulo mensal para milhões de espermatozóides diários. Seria preciso algo mais para explicar a diferença de comportamento entre homens e mulheres?
Não, digo eu. Mas com a entrada de um novo elemento - a cultura judaico-cristã - desviámo-nos da natureza e com o desvio vieram as neuroses, os "pesos na consciência", as "traições", as "infidelidades", o sofrimento, o "pecado", que todos, ou quase todos, conhecem.
Mais não digo. Não quero culpar os cristãos. E muito menos os judeus...
made in eu
Parece o início do estudo da lógica. Comigo foi assim:
Todos os homens são mortais. Sócrates é homem, logo, Sócrates é mortal.
Claro que havia sempre quem não se entendesse com a lógica e para esses: Todos os homens são mortais. Sócrates é mortal, logo, todos os homens são Sócrates. (Nota: Não confundir mortal com engenheiro!)
Um óvulo mensal para milhões de espermatozóides diários. Seria preciso algo mais para explicar a diferença de comportamento entre homens e mulheres?
Não, digo eu. Mas com a entrada de um novo elemento - a cultura judaico-cristã - desviámo-nos da natureza e com o desvio vieram as neuroses, os "pesos na consciência", as "traições", as "infidelidades", o sofrimento, o "pecado", que todos, ou quase todos, conhecem.
Mais não digo. Não quero culpar os cristãos. E muito menos os judeus...
made in eu
terça-feira, 17 de abril de 2007
ao JP+P
Dedicada ao grande chefe de cozinha italiana, JP+P, meu primo (felicidade minha, infelicidade dele)
Diz a massa ao queijo:
- Que maçada...
Responde o queijo:
- E eu ralado.
made in eu
Diz a massa ao queijo:
- Que maçada...
Responde o queijo:
- E eu ralado.
made in eu
Escoceses
Porque rir faz falta (a quem achar graça, claro está), uma que me lembrei, de escoceses:
Dois amigos encontram-se numa feira.
- Vamos ali comprar umas rifas.
- Rifas? Que é isso?
- É um papel que tem escrito um prémio surpresa. Sai sempre, ou quase.
Ao primeiro escocês, que sabia o que eram rifas, não saiu nada. Mas o segundo foi contemplado com um piaçaba.
- Que é isto?
- É um piaçaba.
- Um piaçaba? O que é um piaçaba?
- Ora! É para quando fores à casa de banho, depois limpares...
- Ahh! OK!
Tempos depois encontram-se e a pergunta sai:
- Então o piaçaba? Está a dar resultado?
- Nem te conto. Não me dei nada bem com aquilo. Voltei ao papel higiénico.
made in eu
Dois amigos encontram-se numa feira.
- Vamos ali comprar umas rifas.
- Rifas? Que é isso?
- É um papel que tem escrito um prémio surpresa. Sai sempre, ou quase.
Ao primeiro escocês, que sabia o que eram rifas, não saiu nada. Mas o segundo foi contemplado com um piaçaba.
- Que é isto?
- É um piaçaba.
- Um piaçaba? O que é um piaçaba?
- Ora! É para quando fores à casa de banho, depois limpares...
- Ahh! OK!
Tempos depois encontram-se e a pergunta sai:
- Então o piaçaba? Está a dar resultado?
- Nem te conto. Não me dei nada bem com aquilo. Voltei ao papel higiénico.
made in eu
COM LICENÇA (E ATURA!!!)
Hoje foi dia de ouvir muita rádio. A Universidade Independente, que não está a conseguir ter todos os documentos exigidos pelo Ministério do Ensino Superior para que seja mantido o reconhecimento e autorização de funcionamento, promete que amanhã vai revelar coisas irregulares sobre a licenciatura do Sócrates. Imagino o que se vai passar esta noite e amanhã de manhã, altas negociações, para depois a UnI vir a público dizer que descobriu que os diplomas do Sócrates têm várias versões porque alguns deles foram emitidos sem autorização do então reitor (AAAAAAHHHHHHHHH, grande novidade!!!). Findo o prazo dado pelo Ministério do Ensino Superior, este vai dizer que recebeu vários elementos e que agora se vão debruçar sobre eles, para passados uns 15 dias, quando as coisas em relação ao Sócrataes estiverem mais calmas, dizer que a Uni pode prosseguir o seu trabalho. Não vão mostrar as conclusões, mas deverá ser algo assim do género: dado que foi esta universidade que vendeu um licenciamento ao primeiro ministro, só é de esperar que continuem com o bom trabalho. Afinal que outra universidade se pode gabar de ter dado um primeiro ministro que fala tão bem?
Mas se uns falam bem e enganam a malta, outros há que tentam enganar, ou enganam-se a si próprios, utilizando os microfones das rádios.
Na Antena 1, na tarde passada falava-se da associação de apoio à vítima de violência doméstica. A entrevistada concluia: para mais informações podem ver na internet a nossa página, em www, ponto, violenquia doméstica, ponto org, escrito assim, violenquiadomestica, tudo pegadinho, sem cedilhas e sem assentos. Ora, ao ouvir tal barbaridade, acabámos por ser vítimas de um ataque de burrice. Ninguém cria uma associação para as vítimas da associação de apoio à vítima de violência doméstica? Ou será que não basta sermos agredidos intelectualmente por esta gente burra? Será preciso chegarmos às vias de facto (porradinha) para que depois se faça alguma coisa?
Ou será que o Sócrates também tirou uma liquenciatura, sem cedilhas nem assentos? Se assim foi, como conseguiu ele um assento no Parlamento? Algum deputado reformado se esqueceu de levar o assento para casa e o Sócrates mais não fez que o reutilizar, pondo em prática a segunda regra da gestão de resíduos sólidos?
Ficamos à espera de esclarecimentos do gabinete do próprio!
JP+P
Mas se uns falam bem e enganam a malta, outros há que tentam enganar, ou enganam-se a si próprios, utilizando os microfones das rádios.
Na Antena 1, na tarde passada falava-se da associação de apoio à vítima de violência doméstica. A entrevistada concluia: para mais informações podem ver na internet a nossa página, em www, ponto, violenquia doméstica, ponto org, escrito assim, violenquiadomestica, tudo pegadinho, sem cedilhas e sem assentos. Ora, ao ouvir tal barbaridade, acabámos por ser vítimas de um ataque de burrice. Ninguém cria uma associação para as vítimas da associação de apoio à vítima de violência doméstica? Ou será que não basta sermos agredidos intelectualmente por esta gente burra? Será preciso chegarmos às vias de facto (porradinha) para que depois se faça alguma coisa?
Ou será que o Sócrates também tirou uma liquenciatura, sem cedilhas nem assentos? Se assim foi, como conseguiu ele um assento no Parlamento? Algum deputado reformado se esqueceu de levar o assento para casa e o Sócrates mais não fez que o reutilizar, pondo em prática a segunda regra da gestão de resíduos sólidos?
Ficamos à espera de esclarecimentos do gabinete do próprio!
JP+P
O QUE FAZ FALTA
O que faz falta ao Benfica, conforme se perguntava aqui um dia destes, é uma táctica de jogo, que a meu ver devia ser assim:
Canalizar o jogo pelas pontas, pontapear para os pontas de lança, que apontam e peimba! pontapé certeiro, apontando mais um ponto no marcador. E ponto! Final!
Desculpem lá os leitores deste blog, principalmente os que ainda se dão ao trabalho de ler os comentários, as nossas brincadeirinhas de fazermo-nos passar por anónimos, eu e a S, mas foi para chatear o Made in EU, aliás R, que foi muito perspicaz (foi, não, é sempre!!!), e viu logo quem era!
JP+P
Canalizar o jogo pelas pontas, pontapear para os pontas de lança, que apontam e peimba! pontapé certeiro, apontando mais um ponto no marcador. E ponto! Final!
Desculpem lá os leitores deste blog, principalmente os que ainda se dão ao trabalho de ler os comentários, as nossas brincadeirinhas de fazermo-nos passar por anónimos, eu e a S, mas foi para chatear o Made in EU, aliás R, que foi muito perspicaz (foi, não, é sempre!!!), e viu logo quem era!
JP+P
segunda-feira, 16 de abril de 2007
e PP, Cuba! e PP, Cuba! e PP, Cuba!
Pela "enésima" vez, uma reportagem da TV dizendo-nos o quanto pobres são os cubanos.
Não têm isto, não têm aquilo, os táxis são do estado, pesos convertíveis, restaurantes para turistas, pobres, pobres pobres.
Já sabemos que os cubanos são pobres relativamente aos portugueses, assim como os portugueses são pobres em relação aos mais civilizados.
Mas creio que há mais dignidade nos cubanos que nos portugueses. A pobreza cubana tem algo de digno que na ostentação portuguesa não existe. Os portugueses são, no entanto, mais dignos de pena.
Mas de tudo o que os cubanos se podem queixar de não ter, e que nós temos, nada lhes fará menos falta que o CDS-PP.
É um circo. Como não sabem fazer mais nada que truques e malabarismos políticos, inventaram agora umas eleições entre eles. E é vê-los percorrer o país cantando vitória para as suas cores. As mesmas cores dos dois lados. A mesma desgraça moral. A mesma tristeza lusa da mais lusa tristeza.
Já nem vergonha na cara podem ter, porque não têm já cara para a vergonha.
Como num jogo de crianças, imagino alguém fazendo-me esta pergunta? Cuba ou PP? Não demoro tempo a responder. Antes a pobreza dos cubanos, que a miséria dos centristas.
E mais; em Cuba há cubanas...
made in eu
Não têm isto, não têm aquilo, os táxis são do estado, pesos convertíveis, restaurantes para turistas, pobres, pobres pobres.
Já sabemos que os cubanos são pobres relativamente aos portugueses, assim como os portugueses são pobres em relação aos mais civilizados.
Mas creio que há mais dignidade nos cubanos que nos portugueses. A pobreza cubana tem algo de digno que na ostentação portuguesa não existe. Os portugueses são, no entanto, mais dignos de pena.
Mas de tudo o que os cubanos se podem queixar de não ter, e que nós temos, nada lhes fará menos falta que o CDS-PP.
É um circo. Como não sabem fazer mais nada que truques e malabarismos políticos, inventaram agora umas eleições entre eles. E é vê-los percorrer o país cantando vitória para as suas cores. As mesmas cores dos dois lados. A mesma desgraça moral. A mesma tristeza lusa da mais lusa tristeza.
Já nem vergonha na cara podem ter, porque não têm já cara para a vergonha.
Como num jogo de crianças, imagino alguém fazendo-me esta pergunta? Cuba ou PP? Não demoro tempo a responder. Antes a pobreza dos cubanos, que a miséria dos centristas.
E mais; em Cuba há cubanas...
made in eu
sábado, 14 de abril de 2007
BACH
Variações Goldberg
Depois de muitos anos, consegui um ficheiro MP3 com as Variações Goldberg pelo Glenn Gould. Fica a nota que o senhor era um pianista canadense, neurótico e fascinante. Já li a biografia dele e diria mesmo que mais fascinante que neurótico.
Variações Goldberg. Ouve-se a "ária" no Silêncio dos Inocentes. Em "As Faces de Harry", a personagem de Woody Allen, Harry, diz que pensou sempre que as Variações Goldberg eram as diferentes posições sexuais que o casal Goldberg tinha na cama.
Se alguém quiser, deixe um contacto para que eu possa enviar o dito por email. As Variações claro, não o casal Goldberg.
Senão: A obra é contínua, sem divisão de faixas.
made in eu
Depois de muitos anos, consegui um ficheiro MP3 com as Variações Goldberg pelo Glenn Gould. Fica a nota que o senhor era um pianista canadense, neurótico e fascinante. Já li a biografia dele e diria mesmo que mais fascinante que neurótico.
Variações Goldberg. Ouve-se a "ária" no Silêncio dos Inocentes. Em "As Faces de Harry", a personagem de Woody Allen, Harry, diz que pensou sempre que as Variações Goldberg eram as diferentes posições sexuais que o casal Goldberg tinha na cama.
Se alguém quiser, deixe um contacto para que eu possa enviar o dito por email. As Variações claro, não o casal Goldberg.
Senão: A obra é contínua, sem divisão de faixas.
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sexta-feira, 13 de abril de 2007
PNR "ó mocidade que passa"
Novo cartaz do PNR, ali no Marquês.
As ideias não se apagam, discutem-se.
Aonde foram eles buscar tal ideia? Certamente discutiram-na primeiro.
Parece que haverá uma vigília para protecção do cartaz. Espero que seja feita por skinheads. Nada poderá ligar melhor.
Como se não bastassem já a estupidez e o atraso desta nacionalidade...
Um skinhead português deverá ser, concentrado, o equivalente a duas descargas diárias dos esgotos de Paris e Londres.
made in eu
As ideias não se apagam, discutem-se.
Aonde foram eles buscar tal ideia? Certamente discutiram-na primeiro.
Parece que haverá uma vigília para protecção do cartaz. Espero que seja feita por skinheads. Nada poderá ligar melhor.
Como se não bastassem já a estupidez e o atraso desta nacionalidade...
Um skinhead português deverá ser, concentrado, o equivalente a duas descargas diárias dos esgotos de Paris e Londres.
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Sósseicrates
Só sei que nada sei, porque nada vi nem ouvi.
Sei só que falou de blogo-esfera porque meu pai perguntou-me o que era. É a esfera dos blogues, respondi. Espero tê-lo elucidado. Pelo menos estou convencido que esfera ele sabe o que é.
Einstein disse um dia:
Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana; sobre o universo não tenho a certeza.
E não conhecia ele o primeiro-ministro...
made in eu
Sei só que falou de blogo-esfera porque meu pai perguntou-me o que era. É a esfera dos blogues, respondi. Espero tê-lo elucidado. Pelo menos estou convencido que esfera ele sabe o que é.
Einstein disse um dia:
Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana; sobre o universo não tenho a certeza.
E não conhecia ele o primeiro-ministro...
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quinta-feira, 12 de abril de 2007
Porquê
À face do existencialismo, ou da dialéctica de Hegel, ou de qualquer outro sistema filosófico, dizei-me, se encontrardes, a razão de o Benfica jogar tão mal.
E querem fazer-me crer que vivemos num mundo perfeito...
made in eu
E querem fazer-me crer que vivemos num mundo perfeito...
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orientação e "orientar-se"
Sobre a orientação sexual de cada um, há os com sorte. Woody Allen declarou que ser bissexual duplica, imediatamente, as hipóteses de um encontro bem sucedido, num Sábado à noite.
made in eu
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quarta-feira, 11 de abril de 2007
discoteca ideal
Cheguei da fnac. Corram à mais próxima e vão buscar a vossa cópia de Discoteca Ideal Música Clássica. Um livrinho muito bem feito e tentador, com uma selecção de discos escolhidos pelo pessoal da fnac.
Antes de entrarmos nos discos individuais (com códigos de barra para que cada um possa ser ouvido na fnac - incrível esta tecnologia -) uma frase de Aldous Huxley:
Depois do silêncio, a música é o que melhor exprime o inexprimível.
made in eu
Antes de entrarmos nos discos individuais (com códigos de barra para que cada um possa ser ouvido na fnac - incrível esta tecnologia -) uma frase de Aldous Huxley:
Depois do silêncio, a música é o que melhor exprime o inexprimível.
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Tudo abaixo
Gostava de ver a Estação do Jardim Zoológico transformada numa pequena Bagdade: tudo partido; se não à bomba, à patada.
Há anos que estão para reparar o túnel do Rossio. Estão-se "CAGANDO" para as milhares de pessoas que penam todos os dias com os atrasos. Podiam ser mais 10 anos, ou 20...
Infelizmente, nunca se entrará no campo da violência para um protesto justo. Por cada homem na estação, vêem-se 4 ou 5 mulheres. E elas não alinham em actos de vandalismo. Têm mais juízo, as mulheres...
Estou cansado das decisões dos homens. Começo, realmente, a pensar que o poder no mundo devia ser dado a elas. Pior não ficaríamos, com certeza.
Nota: Eu numa tomada de posição destas? Quem diria, hem? Vou tomar um cafézinho, para ver se, com cafeína na corrente sanguínea, isto me passa.
made in eu
Há anos que estão para reparar o túnel do Rossio. Estão-se "CAGANDO" para as milhares de pessoas que penam todos os dias com os atrasos. Podiam ser mais 10 anos, ou 20...
Infelizmente, nunca se entrará no campo da violência para um protesto justo. Por cada homem na estação, vêem-se 4 ou 5 mulheres. E elas não alinham em actos de vandalismo. Têm mais juízo, as mulheres...
Estou cansado das decisões dos homens. Começo, realmente, a pensar que o poder no mundo devia ser dado a elas. Pior não ficaríamos, com certeza.
Nota: Eu numa tomada de posição destas? Quem diria, hem? Vou tomar um cafézinho, para ver se, com cafeína na corrente sanguínea, isto me passa.
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terça-feira, 10 de abril de 2007
É verdade, verdadinha!
A receita já é antiga e veio do Oriente! O importante é a precisão do corte e a utilização de bons sabres (vd. Killing Bill)... Temos notícias de que os Escoceses e os Judeus conseguem atingir até a dúzia e meia de melancias. (ingl.-watermelon)
Em Portugal, dá-se o nome de melância a este fruto, mas a origem deste singular nome português permanece um mistério.
Quanto aos cacoalenses, o problema deles parece ser outro:
"Rondônia é actualmente o segundo produtor nacional de Coffea canephora (café robusta), e o município de Cacoal é o principal produtor dessa rubiácea, porém a liderança do município está ameaçada por problemas fitossanitários. A praga principal é a lagarta-dos-cafezais Eacles imperialis, que vem atacando essa cultura desde 1997."
S
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