segunda-feira, 14 de maio de 2007

Lunar

Tinha decidido pôr termo aos escritos em blogues. Afinal eram para mim, que interesse poderiam ter para mais alguém?
Voltei. Talvez pela última vez, mas não menciono Saramago pela primeira: A humanidade sofre de uma qualquer doença mental desconhecida. - ouvi-o dizer - É a única explicação para o que vemos e ouvimos na nossa "curta" existência.

Um americano decidiu registar-se como dono do sistema solar, excepção à Terra e ao Sol. Vende terrenos da Lua, parece que com bastante sucesso.

Confesso não ter resistido a sorrir. Roth não sorri em público; fá-lo às escondidas.
Não possuo a capacidade do meu escritor preferido.
Há gente a comprar hectares lunares! Gente que não é gente(?), e há gente mesmo assim.

O ego inchado de uns é o encolhimento imparável do meu.
Estou tecnicamente morto para o mundo. Perdi o "comboio da evolução" - chamem-lhe modernidade -.
Não sei viver com as regras do jogo.
Acordo. Afinal as regras são as minhas; as mesmas de sempre. Só alguns sabem que são donos da Lua e, mesmo esses, não pisarão a terra lunar.

Decido ouvir uma canção. Mais que um qualquer moderno banco de dados, a minha memória passa uma vida numa música: sentimentos variados, sensações e, quase, lágrimas.

Não sou dono da Lua, mas não perco tudo. Tenho vontade de sorrir mas não o faço. A Lua não é dona de mim e, ao contrário de outros, não vivo nela.

made in eu

2 comentários:

bekas disse...

Só me ocorre cantar aquela canção do Rui Veloso, da qual só sei o refrão:
(...)
Toda a alma tem uma face negra
Nem eu nem tu fugimos à regra
Tiremos à expressão todo o dramatismo
Por ser pra ti eu uso o eufemismo
Chamemos-lhe apenas o lado lunar
Mostra-me o teu lado lunar
(...)

bekas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.