quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

odores de amor e ódio

Cheira a fumo, declara Clara. Não suporto o cheiro do fumo. Felizmente não nos incomodam mais, diz a uma colega.
A Clara, não só incomodava o fumo, como não havia desodorizante eficaz. Sofria de hiperidrose. Parecia não dar por isso, ou não querer. Uma tortura para quem com ela compartilhava a carruagem do metropolitano, o escritório, o restaurante, mas não a cama.
O seu marido, feroz anti-tabagista, pelo desconforto que o cheiro do fumo lhe causava em qualquer lado, suportava com estoicismo os odores emanados pela mulher, desde que não fosse a fumo, com que as roupas costumavam vir impregnadas, no dizer dele, do escritório. Tanto, que nem sexo anal o perturbava - nem a ela - desde que ninguém estivesse a fumar nos apartamentos circundantes.


made in eu

3 comentários:

Anónimo disse...

Nunca dou uma queca sem, primeiro, passar pelos apartamentos circundantes! Já ninguém me leva a mal quando lhes entro pela porta a dentro, em cuecas e de pau feito, para lhes pedir:
- Vá lá, malta, vamos a apagar os cigarros antes que lhe passe a vontade.
As pessoas apagam sempre e isso faz com que me esforce por ser boa vizinhança.

Robin Hood disse...

Boa!

Vitor disse...

bem muito sexo é sempre uma maneira de nos habituarmos à hiperidrose.... hehehehe...

ó consta, grande esforço por uma boa vizinhança....