terça-feira, 3 de julho de 2007

caldeirada de pernas e rabos

Tudo me enoja nos políticos. Mas nada tanto como se julgarem capazes de decidir por nós o que é e não é bom.

Em Matosinhos ouvi um pescador dizer ao respectivo ministro que eles, os pescadores, nada tinham ganho com a entrada na união europeia. Peça para sair, respondeu-lhe. Mais tarde ainda disse:
- Há pessoas para quem a entrada de Portugal na união foi uma coisa má. O governo não pensa assim.
Pois não, ministro. Eu sei. O banquete que certamente se seguiu prova-o. Estava bom o peixe pago com o trabalho e os impostos do pescador? Um peixe que lhe caiu no colo, ou na goela, pagadinho e arranjado?

O governo não pensa assim. Nem o governo, nem o presidente da união, aposto.
Como um “rei”, passeia-se pelo feudo, parecendo esquecer que aqui é conhecido. Ele mesmo foi primeiro ministro. Como chegaria aonde chegou se o governo não pensasse assim?

Nós conhecêmo-lo, presidente. Daqui foi-se embora com o rabo entre as pernas. Mesmo no alto não nos esconde as pernas, nem o rabo.

O governo não pensa assim. O governo pensa na aritmética dos votos quando tanta falta fazia um pouco de humanismo. O ministro disse para o pescador pedir a saída da união. O ministro comeu o rabo do peixe (cherne?). O ministro mete as pernas entre o rabo e abre-as à união.
Ao presidente caiu-lhe esta ao colo. Quer que a união saia dos pescadores. Vão mas deixem o peixe.


O peixe não pensa em aritmética. Nem o pescador em votos. Chegará o dia em que a união pedirá a saída do ministro pagadinho e do presidente arranjado e de todos os que, para além de rabo e pernas, nada mais têm que goela.

Há quem pense em tudo isto como um vómito.

O governo não pensa assim.


made in eu

1 comentário:

aorta disse...

Já vomitei!