Uma balança sempre na mente, dizia Manuel, para pesar os prós e os contras de tudo.
Pesar? O amigo achava que não era uma questão de peso.
Não compensa. Às vezes a performance sai bem e ela não te larga mais e é aí que torce o rabo, a porca. Aí, é o caos. Aí, tens que lhe contar a verdade e aí ela vai-se sentir traída. Traída por si mesma.
Caos? O amigo não acreditava em relações caóticas.
A verdadeira traição é delas e é essa que lhes dói mais. Elas traem-se a si próprias ao acreditar em contos de fadas. Elas são as traidoras, sabem-no mas negam-no e ao negá-lo transformam-se no que sabemos: algo do qual queremos estar longe.
Estar longe? O amigo não acreditava em distâncias.
Não compensa, amigo. Por um pouco de coisa nenhuma não vale a pena perder tudo, ainda que tudo seja quase nada.
Perder tudo? O amigo nunca perdia nada.
Vamos?
És muito certinho. Olha que só as neuróticas é que gostam disso. As verdadeiras mulheres… a minha é de punho fechado por onde a apanho. Nem o bico abre. É uma santa. Santifiquei-a eu.
Cai o pano. Sem molas da roupa e com o vento, a flanela voou em direcção aos dois amigos que caminhavam e se olhavam com a mesma comiseração.
made in eu
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
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1 comentário:
O pano caiu porque não estava bem preso.
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