quinta-feira, 6 de março de 2008

lapsus

Vou ter consciência do meu subconsciente, pensava ele. Ela, conscientemente, de nada tinha consciência.
Descansados que estavam na cesta, limão e maçã, sorriam ao ver os seus compradores misturar vontade com aberração.
As coloridas frutas estavam livres de ridículas posturas como as assumidas pelo jovem casal.
O desejo toma tons de consciente mas está muito para lá disso. O instinto de procriar é como o de comer, com ou sem mundo à volta. Sobrevivência ou sobreviventes; nada o distingue.
Seinfeld chamou a atenção para a estupidez humana pelo facto de não se evitarem os perigos mas tentar-se reduzi-los. Andar de mota a 200 km/h é perigoso. Desiste-se? Não! Inventa-se um capacete para proteger as cabeças, não vá o diabo torcê-las.
A “programação” genética encaminha-nos para a propagação da espécie. Com ou sem estilo, fazemos tudo para consegui-lo mas acabamos por evitá-lo pelo que julgamos uma conveniência. Quão inconveniente. Quão infeliz. Quão estúpido.
Algures, Mendel e Darwin discutiam macacos e ervilhas. O primeiro mastigando uma maçã, o segundo chupando um limão.
Naquela cozinha, limão e maçã tomavam consciência da inconsciência dum casal que, apesar de capacete, nunca teria mota.


made in eu

2 comentários:

bjecas disse...

Dei com umas bifanas fantásticas.
Quem levava um pontapé na cabeça era o Tacuara...

\m/

Anónimo disse...

Sempre desconfiei que Mendel e Darwin eram um casal gay que gostava de fruta. Como aqui se regista, o lobby gay não se infiltrou apenas no Bloco de Esquerda (aliás, o B.E. tem lá tudo infiltrado!)...
Compreendi, pelo texto, que as pessoas são ridículas, não é difícil chegar a essa conclusão; agora o que não compreendi é como Mendel e Darwin pensavam procriar... O lobby gay consegue tudo o que quer!