Naquela terra não se “ia às putas”. Uma só havia, Adelaide.
Adelaide via novelas, ou pensava nelas, durante o trabalho. Não fazia ideia, nem sabia da vida de cada um, mas uma coisa Adelaide sabia: satisfazer maridos, coisa que as mulheres com quem casaram não sabiam, nem sabem.
Outra coisa que Adelaide não poderia imaginar é que foram as mulheres quem mais choraram a sua partida para a cidade.
Sem o sentimento de culpa, os homens desistiram completamente do “dever conjugal” e trocaram as mulheres pelas cartas do café.
Nenhuma comentou, nenhuma chorou, mas cada uma rezou em silêncio e pediu o regresso da puta, ou de uma outra qualquer Adelaide, que a pudesse fazer sentir-se fêmea, pelo menos uma vez, no que lhe parecia ser uma vida.
Ninguém regressou. Ninguém chegou.
Os homens, esses, não voltaram a trocar cartas por mulheres. Uma simples vaza de duques parecia-lhes mais valiosa. Não sabiam, nem poderiam saber, o quão certo estavam, ou julgavam estar.
made in eu
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
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1 comentário:
pois. E pois.
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