quinta-feira, 1 de maio de 2008

eu, tu, ele, nós, vós, eles

A pergunta atingiu o alvo. - Como seria a nossa vida com alguém diferente? - Os casais riram. Todos eles. – Não venham dizer que nada seria diferente, ou que nada melhoraria – acrescentou Tobias - Temos o parceiro certo? Duvido. Era uma questão que incomodava todos. Ninguém se atrevia a dizer algo. - As coisas são como são – disse Marta, por fim – Claro que em alguma parte do mundo deve haver o ser perfeito para nós… Era o reconhecimento de que tudo é uma questão de oportunidade, ideia antiga de JC que implicava, a ver de Pedro, de que as coisas só não eram diferentes porque não era possível que fossem. A ideia que controlamos a nossa vida de forma independente é tão falsa que vamos deprimindo em banho-maria sem sabermos. – adiantou Hélder – A verdade de não haver caminho e de fazê-lo a andar é óbvia. Pois é – acrescentou Tobias – mas a direcção, se de todo desconhecida, podia levar-nos para pior. Não é assim, amor da minha vida? - oferecendo os lábios a Rute, para um beijo, e imaginando-o vir de outra qualquer parte do mundo.

made in eu

2 comentários:

bjecas disse...

Essa pergunta feita em grupo não obtém verdadeiras e honestas respostas.

\m/

aorta disse...

"Como seria a nossa vida com alguém diferente?"

Certamente seria diferente.
Mas, haverá o ser perfeito? Melhoraria a nossa vida com ele?
Talvez sim, talvez não...
É o que ambos fazem em prol da vida conjunta que marca a diferença. O que eu faço pela minha, faria junto de outro ser qualquer, fosse ele perfeito ou não. O que faria a minha vida ser diferente seria o modo como o outro iria encarar e responder ao que eu faço.
A vida em conjunto é complexa e de nada adianta pensar como seria, se seria ou o que seria.
Arriscar tudo por outro ser, na esperança que fosse o perfeito poderia, ou não, ter os seus frutos. Mas, o comodismo mantém as pessoas agarradas à vida que têm. Quer pelos filhos, quer pela família, quer pela estabilidade, quer por... um rol de outras coisas que as inibe de arriscar. E, no fundo, Marta tem razão. "As coisas são como são".
Poucos ou nenhuns serão os que estão com a pessoa perfeita, porque a pessoa perfeita não existe. As pessoas fazem-se, moldam-se, tal como o barro nas nossas mãos. E, o que faz com que os seres sejam perfeitos um para o outro é ambos conseguirem, com perfeição, moldarem-se um ao outro. E, meu amigo, é aqui que está a grande dificuldade.