quarta-feira, 2 de abril de 2008

Óscar e a mentira do foder

“E o último namorado tinha sido um condiscípulo estúpido que nem conseguira fodê-la como devia ser e se concentrava apenas em vir-se ele próprio. Não era um homem que amasse mulheres” The Dying Animal – Philip Roth

Com alguma coisa, Óscar, havia de discordar num livro de Roth.

Vou dar-te uma foda - porque a tenho e te a posso dar -. Dá-me uma foda - porque tem-la tu e podes dá-la –
Assim é. Reduzir à sua mais simples forma, foder requer um homem e uma mulher. O homem é quem fode. A mulher limita-se a ser fodida.

Óscar acreditava que por amizade, carinho ou pena, o homem permitia à mulher que também esta se concentrasse apenas em vir-se ela própria. Não acreditava que para além disso houvesse o “conseguir fodê-la como devia”. Que conceito era esse de dever?

Refugiou-se na escrita de Puzo: a sexualidade é como a actividade vulcânica – o magma a escorrer pela encosta abaixo é o orgasmo feminino, o masculino, a explosão do cone vulcânico.

Animou-se com o pensamento. Se para amar era preciso fazer vir, como referia o grande Roth, então todas as mulheres com quem tinha estado o amavam e isso bastava-lhe, apesar de ser um homem que não amava mulheres.

made in eu

5 comentários:

Maria Arvore disse...

lol lol lol

Passou-se a exaltar tanto o orgasmo como elemento de igualdade entre homens e mulheres que até já parece que é sinónimo de amor e que são indivisíveis.
Às tantas ainda vamos amar o pasteleiro pelos magníficos pastéis de nata que nos dá. ;)

Anónimo disse...

Qual proust em busca da sexualidade perdida...

Não deixes cair o Oscar no esquecimento, ele merece voltar.

Oscar regressa, gostei de te conhecer!

osbandalhos disse...

Volta Óscar, estás perdoado. Grande não é o Óscar mas a/o Consta.
A falta de precisão nas palavras que aqui colocamos é que não sabemos a idade das/os outras/os que sobre elas opinam. É mais fácil se a diferença for pequena.
Maria_Árvore diz que às tantas ainda amaremos o pasteleiro pelos pastéis.
Acrescento que mesmo às poucas. Não sei a idade desta Árvore, mãe de Deus, mas se não for muito muito distante da minha, certamente aceitará que mais que o pasteleiro, amamos já, e não no futuro, os pastéis que, se de Belém se tratar, são mais orgásticos que o sinónimo de amor, que refere.
Era uma vez, há muito, que melhor que um pastel de Belém só 1/2 dúzia. Hoje, bastam 2. Trazem coisas boas, os anos.

Maria Arvore disse...

:))

Nessa matéria estou com a ASAE: antes a qualidade do que a quantidade.

bjecas disse...

Verdadeiro amor são tortinhas d'Azeitão.

Fodido quando lemos algo e por pormenor, uma referência mental nos arreda do contexto. Foi o que aconteceu com o nome do nosso herói. Estive sempre a pensar no Óscar do balde do lixo lá para os lados da rua Sésamo.

\m/