Numa época em que a nossa sociedade vai gerando cada vez mais situações de pobreza extrema, muitos são os que, a nível mundial, não têm um tecto onde se abrigar.
É um facto que a expressão "ir viver para debaixo da ponte" é bastante antiga, aplicando-se aos casos das pessoas que eram postas fora de casa, ou que por qualquer razão ficavam sem casa.
A Universidade de Berkeley, preocupada com o número crescente de pessoas que vivem na rua (homeless, em inglês), decidiu fazer um estudo, com inquérito aos homelesses incluído, tendo em vista proporcionar o melhor conforto possível a quem não tem outra escolha que não seja viver debaixo da ponte.
Assim, pelo correio, conseguiu enviar um inquérito que teve exactamente 100 respostas, de homelesses de todo o mundo, tendo em vista esclarecer qual o tipo de ponte preferido.
O estudo, abrangente, concluiu que 98% preferem pontes pedonais, devido aos níveis de ruído serem bastante mais reduzidos. 1,5% preferem pontes ferroviárias, pois lembram os seus tempos de criança e os comboios de brincar. 0,5% não sabiam responder ou não responderam.
Daí que a conclusão do estudo seja a de que, nas cidades, os responsáveis autárquicos devem preferir a construção de pontes pedonais, preterindo os túneis, de modo a dar um abrigo confortável ao número crescente de indigentes.
Em relação às pontes, foi ainda perguntado se os homelesses aproveitavam os dias entre os feriados nacionais e os fins-de-semana, para se abrigarem, pergunta que teve um não como resposta quase unânime. A razão apontada foi a de que nesses dias é quando a cidade está mais sossegada.
A Universidade de Berkeley concluiu então que os homelesses são pessoas que têm uma preocupação fundamental em relação à poluição sonora, de um modo geral, e à qualidade de vida e do vinho, de um modo particular.
Na sequência deste estudo, em Lisboa e no Porto, está a decorrer já um peditório para a construção de novas pontes pedonais, sob o lema: no próximo Natal dê um tecto aos sem abrigo.
JP+P
terça-feira, 13 de maio de 2008
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3 comentários:
in
http://pontedosor.blogspot.com/2008/05/o-ano-dos-sonhos-tornados-possveis.html
"A década de 60 pôs em causa a ordem das coisas.
Os dois sistemas de mundo equilibravam-se no terror, e o compromisso dos intelectuais estabelecia-se na admissão de uma das partes e na negação da outra.
Não há terceira via, nem outra escolha.
A neutralidade é cobarde.
Na Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, a agitação não propõe outra coisa senão que tudo seja virado do avesso.
Direitos dos negros, assunção das responsabilidades morais e cívicas dos professores, dos escritores, dos cineastas, por aí fora.
Uma mistura de Marcuse com Camus, de Marx com Rimbaud.
Sartre escreverá que algo de surpreendente está a registar-se no outro lado do Atlântico."
Foda-se! Que essa Universidade de Berkeley é...muitoàfrente!
Uma ponte para lá, já!
(desde a Fig. da Foz que é mais a direito)
S
Longa, a ponte que este texto é para a liberdade da mediocridade de quase todos os blogues, maior prova viva deste monte de lixo em que vivemos: as pessoas julgarem-se boas.
Curvo-me perante esta "ponte" do JP e passarei, com agrado, um fim de semana, com ponte, debaixo dela.
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