domingo, 1 de julho de 2012

A assexualidade já não é só para as amebas


Isaac Newton e Glenn Gould eram assexuais e fascinantes. 


Se das teorias de Newton, Camilo nada sabia, já as performances de Gould o levavam ao céu, ou pelo menos ao que ele julgava como seria.


Muitas vezes julgados homo ou bissexuais, ou mesmo estranhos, pelos outros, a identidade do género levava os amigos a pensar sobre a sua orientação sexual.


Newton morreu em 1727 e pouca relevância foi dada ao facto de na sua viva mostrar não mais que indiferença à atração sexual e à falta de interesse por sexo. O físico tinha mais em que pensar? Seguramente que os cálculos integral e diferencial são muito mais interessantes e abrangentes do que os fluidos femininos ou os seios de uma mulher, sujeitos à atração gravitacional, cujo estudo foi desenvolvido pelo físico inglês.


Com Glenn Gould, a música é outra. O pianista canadense detestava que o tocassem, ele que tocava como poucos. Anti-social, contactava os outros por carta.
Tal como Newton, o interesse por mulheres era nenhum e qualquer contacto sexual ou atração, mesmo por homens, era inexistente.


Será uma disfunção ou um desvio? Uma nova orientação sexual? Camilo não o sabia, nem queria saber. Apenas sentia que qualquer das versões das Variações Goldberg, a de 1955, precoce, num tempo demasiado rapido,  ou a de 1981, valeriam muito mais do todas as variações do kamasutra.


E a Toccata e Fuga, de Bach, para orgão? Que diria um orgástico?


made in eu

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