sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Chega. Zap...

Para tentar fugir às notícias das bolsas, e do mendigar à confiança, decido ver um filme gay.
Um homem (?) com umas correias nas costas, deita-se na cama. Zap, mudo de canal. Não há fuga. Um ministro diz que os portugueses podem estar descansados com a solidez dos bancos. Zap, aproxima-se um outro homem (?), musculoso, sem correias. Beijam-se. Zap, o ministro, antes do segundo, está algures na Europa numa reunião. Diz que… Zap, as pernas nos ombros do parceiro… Zap, as famílias portuguesas… Zap, o ritmo da penetração aumenta. A cama chia. Zap, imagino os políticos a querem beijar-se. Zap, a quietude regressa aos gays. Não estou com vontade de pensar em pernas nos ombros de governantes, ou pernas de governantes levados aos ombros por gays. Um frasco de lubrificante jaz sobre a cama. Mais dois parceiros, desta vez noutra posição. Mais dois ministros na mesma. Parecem penetrar-se. Querem penetrar-nos. Já não se importam que os penetremos. Desisto. Ainda penso em novo zap. Páro. Tenho medo de cair num canal feminino e preferir qualquer dos outros. Chega de tentar estimular a disfunção eréctil. Chega de castigo para uma noite só.


made in eu

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