quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

"O ESCARRO"

Portugal aboliu a pena de morte para crimes políticos em 1852, e para todos os crimes, em 1867 (excepto o de traição - à pátria suponho hehe -).
De todos os feitos da nossa história, que eu me lembre e conheça, é o único que me faz orgulhar deste país.

Aqui não se mata legalmente (congratulo-me imenso), mas mói-se bastante.

Temos que alguns senhores, capazes de se humilharem para nos pedir o voto, servem-se depois do cargo para, exceptuando tirar olhos, de tudo se valerem.
E como fedem, Deus meu! Fedem os amigos dos políticos e os políticos dos amigos. Fedem as cadeiras dos juízes e as salas dos tribunais. Fedem as cadeiras presidenciais e os presidentes. Fedem os ministros, os secretários e os sub-secretários de estado. Fedem os autarcas e as autarcas. Fedem as instituições sindicais e o patronato. Fedem os ricos e os pobres, os feios e as bonitas, os belos e as horríveis. Só as putas não fedem, fodem.


Que punição então se deve dar a crimes políticos? A roubos em cargos políticos? Aos poucos bens de todos nós?

A Espanha tinha o garrote. A França, a guilhotina, os EUA, a cadeira eléctrica, a câmara de gás, o fusilamento e a forca. Agora a injecção letal (como evolui a América!). A Rússia, o tiro atrás da orelha, a China, o tiro na nuca.
Não nós. Nós civilizámo-nos em 1867. Demos uma lição ao mundo. Não precisamos de baptizar a morte com um instrumento, mas precisamos de um nome que faça tremer os ladrões nos cargos públicos.
Meu voto: "o escarro".
Não ao açoite, não à dor física. "O escarro" devia ser aprovado em sessão parlamentar. O vómito é de difícil execução.
O condenado seria colocado num contentor de resíduos sólidos e a execução seria levada a cabo por executores, escolhidos como se um júri de tribunal se tratasse.
Com 15 dias de antecedência saberíamos onde e sobre quem iría ser executada a sentença.
Se um dos escolhidos fosse eu, fumaria 2 maços de tabaco por dia até ao 13º dia e no 14º, tomaria, inteiros, dois frascos de xarope expectorante.
Havia de fazê-lo sentir que o mandamento "não roubarás" não foi escrito em vão.

made in eu

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