Somos um país de navegadores, disse o Sr Silva. Somos? Eram, os desgraçados e corajosos que seguiam a bordo das naus. Que somos? Quem imagina o navegador Cavaco, no cesto da gávea, a olhar a estibordo, sempre confuso entre esquerda e direita. Era a bombordo que estava a conquista. Vasco da Gama, no convés, gritando alto:
- Cavaco, ó Cavaco.
Nem o mar chão silencioso o fazia ouvir a voz do mestre
- Cabrão do Cavaco, nunca responde - resmungava Gama - Cavaco, ó Cavaco.
Se documentários houvesse, ver-se-iam as imagens, captadas pelo câmaramene, de Silva, no cesto com a boca cheia de bolo-rei que levava nos bolsos para as suas horas de vigia. E de boca cheia não se fala, dito que antes dos navegadores já do conquistador vinha.
- Estamos phodidos com este - dizia Vasco meneando a cabeça descontente - nunca chegaremos a lugar nenhum.
made in eu
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