Pela sanita do 7º andar tinham já descido: a ilusão de uma gorda, a falsidade de uma morena, as lágrimas de uma loura, o dedo indicador direito de uma magra estrábica, dois preservativos usados, um roto, um anel de noivado e toda a merda de 3 anos de aluguer.
Nem Daniel era socialista, nem o seu cão gostava de leite. A televisão mostrava guerra ao ligar e, num clique, umas mamas mais nojentas do que o contentor do lixo, há 3 dias por despejar.
O dia afigurava-se-lhe difícil: era preciso votar, ou assim julgava.
Olga esperava-o e ele rezava para que ela fosse vestida de escafandro.
Entraram no café sob olhares gulosos dos bolos da montra e olhares apetecíveis dos homens velhos, que os novos estavam sobre os telemóveis, fixos nas calças de Olga. Se eles soubessem o que as calças escondiam, pensou Daniel, pagavam-me a bica.
Ao ver o boletim de voto lembrou-se da sanita do 7º andar, de Olga, da gorda, da morena, da loura, da magra estrábica, dos dois preservativos usados, um roto, do anel de noivado, de toda a merda de 3 anos de aluguer e desenhou um grande pénis de baleia azul.
made in eu
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