terça-feira, 30 de dezembro de 2008

trocas e baldrocas

Já só a curiosidade levava Jacinto aos tratadores da mente. Nenhum lhe havia dado ainda uma explicação plausível. Porque lhe dava mais prazer a masturbação no duche quando o gel ou o sabonete tinham aroma de lavanda?

Um quis saber da infância. A outro contou a frigidez das suas duas mulheres anteriores (sempre contra ele, as probabilidades). Do terceiro ouviu que era demasiada auto-confiança. Ele próprio, o psicólogo, sofria do mesmo, mas com o aroma de sândalo. - Idiota! Comparar sândalo a lavanda – pensou Jacinto.

Rute não gostava de se ver ao espelho. Para ela, a diferença entre orgasmos era nula. O mais perto que tinha estado de um foi quando comeu uma barrica de ovos moles. Achava-se gorda, como toda a gente a achava, mas bonita, ao contrário da opinião de quem a conhecia.

Jacinto, sem saber da intimidade de Rute por doces, ofereceu-lhe lingerie branca. Ela, ao namorado, um desodorizante com cheiro a alfazema. – ‘Pobre alma! Como se fosse bater uma depois do duche tomado’. Obrigado, meu amor - disse-lhe.
Ela sorriu-lhe com deleite. Nenhuma guloseima lhe daria maior prazer.



made in eu

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