No Bairro do Cagalhão, havia apenas uma casa. Dela saía o senhor Germano. Num carro de luxo, pelo único caminho num raio de 20 quilómetros. Se aumentasse os operários da sua fábrica, em um café por dia, não resistiria, dizia. O carro tinha GPS, para o trajecto que fazia, entre a fábrica e a casa. O único caminho, num raio de 20 quilómetros.
Que se quebrem as muralhas e se partam as algemas
o que temos para gritar não cabe nos poemas.
Não gosto do PSD. Deviam construir mais casas no Bairro, para que os (que se dizem) sociais-democratas portugueses pudessem para lá ir. O sítio certo para viverem. Pó ao pó…
E que é o Estado, afinal? Um imenso bairro? Ladrão que ladra a ladrão? Ladrões que roubam operários?
Nas novas casas deviam construir anexos para os socialistas. Um deles que os desenhasse. Um deles que os aprovasse. Um deles que recebesse o que um deles pagasse. Não gosto do PS. Acho-os um bocado larilas.
O Estado são eles. Todos. Os que roubam e os que ladram. E uns ladrões ladrariam aos outros para que não os roubassem. E haveria quem abocanhasse, com gosto, o senhor Germano, no banco traseiro do seu carro. E quem oferecesse o traseiro, num anexo duma nova casa. E todas seriam pilhadas, e roubadas, pelo estado em que o Estado as deixava. E ninguém teria direito a um café por dia. Nem por noite. Nem num raio de 20 quilómetros.
Que se rasguem os caminhos e se repartam as terras
o que temos para fazer não dá lugar a guerras.
Depois de se afundarem no bairro e de desaparecerem, e de se não encontrarem, porque algum larilas roubara o GPS, ou ficara com ele, a troco de um favor no banco traseiro ou num anexo, restaria apenas o senhor Germano.
Em 1814, no senado, Napoleão declarou a frase atribuída a Luis XIV : o Estado sou eu.
Também o senhor Germano, que neles vota para lhes pagar, para que lhe ladrem para que roube, é o Bairro do Cagalhão.
A vitória é difícil mas é nossa.
made in eu
2 comentários:
Tanta coisa para lhes chamar FDP???!!!
Muito bom este texto.
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