sexta-feira, 14 de novembro de 2008

na saga dos dejectos

No Bairro do Cagalhão, havia apenas uma casa. Dela saía o senhor Germano. Num carro de luxo, pelo único caminho num raio de 20 quilómetros. Se aumentasse os operários da sua fábrica, em um café por dia, não resistiria, dizia. O carro tinha GPS, para o trajecto que fazia, entre a fábrica e a casa. O único caminho, num raio de 20 quilómetros.

Que se quebrem as muralhas e se partam as algemas
o que temos para gritar não cabe nos poemas.

Não gosto do PSD. Deviam construir mais casas no Bairro, para que os (que se dizem) sociais-democratas portugueses pudessem para lá ir. O sítio certo para viverem. Pó ao pó…
E que é o Estado, afinal? Um imenso bairro? Ladrão que ladra a ladrão? Ladrões que roubam operários?
Nas novas casas deviam construir anexos para os socialistas. Um deles que os desenhasse. Um deles que os aprovasse. Um deles que recebesse o que um deles pagasse. Não gosto do PS. Acho-os um bocado larilas.

O Estado são eles. Todos. Os que roubam e os que ladram. E uns ladrões ladrariam aos outros para que não os roubassem. E haveria quem abocanhasse, com gosto, o senhor Germano, no banco traseiro do seu carro. E quem oferecesse o traseiro, num anexo duma nova casa. E todas seriam pilhadas, e roubadas, pelo estado em que o Estado as deixava. E ninguém teria direito a um café por dia. Nem por noite. Nem num raio de 20 quilómetros.

Que se rasguem os caminhos e se repartam as terras
o que temos para fazer não dá lugar a guerras.

Depois de se afundarem no bairro e de desaparecerem, e de se não encontrarem, porque algum larilas roubara o GPS, ou ficara com ele, a troco de um favor no banco traseiro ou num anexo, restaria apenas o senhor Germano.

Em 1814, no senado, Napoleão declarou a frase atribuída a Luis XIV : o Estado sou eu.

Também o senhor Germano, que neles vota para lhes pagar, para que lhe ladrem para que roube, é o Bairro do Cagalhão.

A vitória é difícil mas é nossa.


made in eu

2 comentários:

alfa disse...

Tanta coisa para lhes chamar FDP???!!!

AnaLu disse...

Muito bom este texto.