quinta-feira, 20 de novembro de 2008

MacGyver e as colheres de pau

Os jornais de distribuição gratuita (esperemos que paguem, ao menos, aos que os distribuem) continuam a espantar-nos com interessantes notícias: MacGayver é o herói Nº 1 das séries de televisão. Violência doméstica matou 40 mulheres, anunciado pelo Observatório das Mulheres Assassinadas.

Acredito. Lembro-me do herói, com apenas um corta-unhas e uma pastilha-elástica, salvar um super-petroleiro, partido em dois, de se afundar. De outra vez, preso pelo pára-quedas ao assento dum avião em chamas, conseguiu escapar, graças a uma tampa de esferográfica e a um clip. Tivesse ele uma aspirina e nem a aeronave se tinha despenhado.

Lembro-me das nódoas negras da minha vizinha. A assassina violência doméstica. Ao meu lado, dizem que a duplicação das sua vítimas mortais, este ano, prova apenas que 2008 foi um ano em que elas levantaram muito a garupa.

Não consigo ter pena. Nem entendo como se prefere morrer a ficar só. Alguém que intervenha e logo a mulher, vítima, defende o agressor contra tudo e todos.
Sempre desconfiei das hormonas femininas. Nunca fui tão longe ao pensar que lhes afectam tanto a razão. Tanto a paixão. Tanto a pouca dignidade.
Segundo o Observatório, os casos na zona Norte e no Porto, são preocupantes. Para quem?

Proponho que os preocupados peçam ajuda ao MacGayver. Equipem-no com dois aloquetes e meio quilo de magnórios e dêem-lhe 6 dias apenas.
Os maridos, companheiros, namorados ou relações mais antigas, poderão desaparecer sem deixar rasto.

Contudo, o herói que se ponha em acção ao ar livre ou será ele próprio vítima da violência doméstica por mulheres desesperadas que preferem uma colher de pau nas costas a uma na mão.


made in eu

6 comentários:

AnaLu disse...

O problema começa no tipo de educação que se dá às meninas, futuras mulheres, ainda neste século XXI, o que as torna passivas, servis, estupidamente frágeis, acéfalas.
Mas também me irritam os discursos de pena em relação às coitadinhas das mulheres que são espancadas diariamente. E deixam. E calam. Na verdade eles fazem-no porque elas permitem. E submetem os filhos isso, que são forçados a viver um quotidiano de violência porque elas são umas incapazes. No fundo são mesmo umas coitadinhas. Mas também são cúmplices.

escarlate.due disse...

Aleluia!!! Deixei de ser extra terrestre!!! Afinal há mais gente a pensar como eu!
Seja muito bem vindo ao mundo dos impiedosos, frios, isentos de piedade, solidariedade e outros dade's, de compaixões, comiserações, e outros ões.
Eu chamo-lhe neurónios a funcionar mas enfim, cada um apelida como quer.

J. Maldonado disse...

De facto a violência doméstica é um fenómeno que tende a aumentar no nosso país, dada a nossa latinidade, infelizmente.
Acredito que as mentalidade estejam a mudar, pois cada vez mais as mulheres portuguesas estão a tornar-se independentes economicamente. É que antigamente elas suportavam os maus tratos do companheiro porque não tinham meios de subsistência nem era socialmente aceitável o divórcio.
A essência da violência doméstica é económica: normalmente é praticada por quem acha que, pelo facto de ganhar mais, tem o direito de se impor no lar.
Descobri casualente este blog, por isso espero visitá-lo mais vezes.

Anónimo disse...

Eu vi alguns episódios do MacGayver e nunca percebi como que ele o fazia. Eu não vi os judeus serem levados em fila para as câmaras de gás, mas nunca compreendi como porque o faziam tão ordeiramente quando hoje respondem a cada roquet com um ataque aéreo. Eu não bato na minha mulher e sou latino, Maldonado, não compreendo porque dizes que bater nas mulheres faz parte da nossa latinidade, quando os irlandeses batem nelas enquanto grávidas, mas aí eu compreendo que seja por vaidade tua, vaidade em quereres fazer-te passar por sabichão quando afinal não sabes do que estás a falar.
Porque não reagem as mulheres? - Porque são educadas para não o fazer? - Bem, se o cérebro delas forem do tamanho do teu, Olho de Lince, talvez tenhas razão, mas receio que seja um pouco maior, e por isso a tua explicação não chegue.
Escarlate Due, o impiedoso, se os teus neurónios funcionam, acredita que não o demonstraste, pareceram-me muito rasteiros, muito misturados com o lixo que eu varro com uma vassoura e atiro para dentro do caixote. Confesso, contudo, que do mesmo modo que não tenho uma explicação cabal para a passividade das mulheres nos dias de hoje também não sei de que tipo de lixo as tuas ideias se constituem, e como tal se merecem o contentor orgânico, o das embalagens ou o vidrão.

Como não hão-de as mulheres apanhar porrada como homens assim?

Anónimo disse...

Ainda estamos no MG???

bjecas disse...

Nêsperas boas eram as do quintal do meu avô. A norte significam 'boca do corpo', adorável designação.

\m/