sábado, 30 de agosto de 2008

sei que não bou por aí

É bom realizar sonhos? Desejos é, talvez, uma palavra mais apropriada. Muitos não conseguem o que desejam, ou sonham. O controlo da vontade é o epicentro da felicidade.

Toininho, rapaz minhoto, tido como tolo pela aldeia, julgava-se feliz. – Fui bítima de assédio sexual – dizia – a filha do padeiro chamou-me caveça de caralho. A Zézita, de bestido e pentelhito devaixo do vraço. Tão ‘voua’…

O epicentro para o rapaz era outro. Desconhecido e sobrevalorizado, digo-te eu, Toininho, é melhor pensar nele que conhecê-lo. O mal duma ilusão: depressa nos desilude.

Entre o que pretendo realizar, qualquer intimidade com mulheres do Minho a Trás-os-Montes, passando pelo Algarve, nem à ficcção pertence. Não se trata dum sonho, mas tão só de um desejo de concretização assegurada.

Sou, ao mesmo tempo, a agulha e a linha de Machado de Assis: vou adiante, furando o pano, e vou atrás, obedecendo ao que faço e mando.

made in eu

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

meter

Não se sabe o que metem mais os políticos; se nojo, se dinheiro ao bolso.

Cristina, do corpo só vendia as mãos, com o consentimento de Toni. Sebastião, político, vendia a alma. Amália dizia que andava a tentar engravidar. - É assim tão difícil? -Perguntava-lhe Joana, mãe de 6 filhos. Busca-se o prazer, sem alma, mas é a natureza quem se impõe sobre o monte de lixo que é a estupidez humana. Cristina metia mais dinheiro ao bolso que nojo. Usava a boca, e não só, para chegar às mãos, como Sebastião. Joana era natural, sem saber o que era prazer. Não precisava. Amália vivia com nojo de Eugénio, seu marido. Sebastião compra as mãos de Cristina, atadas, ou troca-as pela sua própria alma. A natureza não se enganava com Amália. Nem Eugénio. Era Amália quem se enganava com os homens. No comboio, uma outra Amália, chamada Luísa, vendia o olhar a quem o quisesse comprar. Um Eugénio, de nome Carlos, em tudo diferente de Toni, de mãos atadas, orgástico, havia sido, naturalmente, enganado pela mulher, e seria pai de mais um. Bom seria que a sua fêmea, uma Cristina chamada Isabel, se comportasse como uma Amália, a tentar engravidar. ‘Saiu-lhe’ uma Joana, sem boca, nem mãos, a meter-lhe muito mais nojo que dinheiro ao bolso.

made in eu

sábado, 23 de agosto de 2008

marchadoras que não marchavam

Se os medicamentos não produzirem efeitos na disfunção eréctil, não há que desanimar.
Em vez, deve assistir-se a uma prova de marcha feminina. Sorrisos por, afinal, a erecção não fazer falta. Se ainda assim houver sinais de uma excitação menor, aconselho a focar toda a atenção nas atletas portuguesas. Mais que um alívio, é uma cura.


made in eu

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

ACIDENTE DE AVIAÇÃO EM MADRID

Não, prezados leitores, não vou cair na tentação do humor negro fácil de contar o diálogo entre ela e ele, em que ela disse: - Tenho que ir cortar o cabelo, que tem as pontas todas queimadas, da viagem de férias ao Hemisfério Sul, e ele responde: - Tiveste sorte de ser só as pontas, outros passageiros ficaram com o cabelo todo queimado!

Este piquenino texto é só para contar, mais uma vez, daquelas traduções tão idiotas que até dão vontade de rir. Desta feita foi na RTP 1, estava a falar o bombeiro que tinha chegado logo a seguir ao acidente, e ele contava como tinha sido difícil prestar socorro: - Ha sido muy dificil, a causa del fuego, las alambradas, el avión ... etc. A tradução: Foi muito difícil, por causa do fogo, das labaredas, o avião... etc.

Para quem não domina razoavelmente o castelhano, aqui fica a pista para a piadinha de hoje: alambradas vem de alambre, que é nada mais, nada menos, que o nosso arame!!! De aramadas (ou vedações) até labaredas, vai uma grande diferença, mas como as traduções na RTP são feitas em cima do joelho, labareda foi o mais parecido com alambrada, e como tinha havido muitas chamas...

JP+P

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

o silêncio das indecentes

Vês os jogos olímpicos? Sim, entre cliques de Rambo e do Playboy. Tens favoritos? Os gritos do Stallone enervam uma caixa de Valium. Favoritos? Qualquer coisa ao Rambo. Não é isso, favoritos nos jogos. Sim. Quero sempre que ganhem as loiras e percam os pretos. Também gosto muito dos apicultores a lutarem com espadas; ganha sempre o que me parece perder. E a tua vida, vai boa? Sim. Sexualmente? Perfeita. A minha mulher odeia sexo e eu também. Sincronizados como dois saltadores de trampolim. Já ouviste falar no Paulo Francis? Não. Ele dizia – já morreu – que o desporto é das coisas mais chatas que o homem criou. Concordo. Mas vês os jogos… Símbolo máximo da estupidez humana: correr 42 km em agonia. Levantar discos pesadíssimos do chão. Já sem falar da excitação dos tiros e do centésimo com que se ganha e perde. Perder por um centésimo é menos humilhante que ganhar por ele. Um centésimo é pouco. Mais rápido só o Beto, que acabava antes de meter. Um betinho… Talvez odiasse sexo, como tu. Talvez. Mas o desporto é saudável. Sim. E torna as pessoas elegantes. Algumas. As meninas do Playboy deviam lançar pesos ou levantar halteres, para as curvas. Crês que também as lançadoras suspiram? Não creio, e nisso deverão ser melhores que as “coelhinhas”. Eu, ao primeiro arfar ou ‘ah’, dou por concluída a minha participação. Silêncio absoluto? Sim. Hastear a bandeira mas sem hino. Qualquer som delas é o meu Stallone: não os suporto. Como não suporto que se riam num segundo e no seguinte estejam a morder o lábio inferior. Ou num centésimo? Num centésimo. Gostas mais das medalhas de ouro, prata ou bronze? Das medalhas ou dos medalhistas? Dos medalhistas. Desde que sejam loiras e não pretos, tanto me faz. E sem ‘ais’. Nem mais.

made in eu

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

De Pequim(ninas) é que se torcem

Em vez de medalhas de ouro, deveriam oferecer às ginastas (!?) chinesas, bonecas. Ficariam muito mais felizes.

made in eu

terça-feira, 12 de agosto de 2008

TORRADINHAS REQUENTADAS

Como já há pouca gente que consiga ler este blog todo, como quem lê um romance (felizmente há excepções, que nos deixam orgulhosos desta produção escrita, se bem que é na China!), aqui fica a quinta edição neste blog: A TORRADINHA REQUENTADA! É fácil, vai-se um ano para trás e escolhe-se um texto, faz-se um copiar da ligação directa ao texto em causa e cola-se no hiperlink, para ler clicar aqui

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

desgostos e outros gostos

A questão é anti-social? Viver bem com isso apesar das “bocas” dos amigos. Das “bocas”? Tu, que nem para a boca? Nem eu para a boca nem a boca para mim. Só de pensar…Ele nem para a boca nem para mais lado nenhum. Este gajo parece maricas. Como é que acha o sexo feminino repugnante? Nojento, mesmo com pelo. A vida tem melhores diversões que os fluidos femininos, é só o que acho. Que interesse têm mamas e suas formas? Que têm mamas a ver com algo para além do incómodo do toque e de tornar infelizes as que as têm, e as que as não têm? Gajas? Acena-se-lhes com paixão, querem dinheiro. Dá-se-lhes dinheiro, clamam por amor. E depois o cheiro… Servem-nos de veículo para o verdadeiro amor: filhos! Para alguma coisa serviriam. Não só. Na mesa, em frente, descrevia-se o nada e não o ser: E às duas por três, deu às duas por trás. Como um anjinho de anúncio. Uma fortuna, aquelas duas. Ainda manténs a não consideração por quem introduz coisas no cu, sem fins medicinais? Claro! Patética a activista ambiental que se acorrenta, contra a destruição da floresta, e se deixa fotografar completamente depilada. Bela é a quietude de olhar para elas sem as ver. Não é fácil. Ou é, se o lermos de um escritor. Como dizia o americano que morreu há pouco, e que não me lembro o nome. Tu lembras-te? Não, mas sei quem é. Norman Mailer? Esse mesmo: Do mal que podemos fazer a nós próprios, nada é pior que ter sexo sem vontade.
Olhares dispararam sobre o que julgavam louco. Invejosos, como trapaceiros. Atraídos, como seguidores.


made in eu

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Dobram Sinos

19 horas no relógio da torre. À sexta badalada, entre o dobrar dos sinos, o silêncio do pai e os ais da mãe, Tomé foi concebido.

No acto da concepção, como em tudo na vida, as mulheres são mais dadas a gritos que os homens, sem que se saiba por quê.

Cristão, Tomé conheceu Ana. As hormonas e a oportunidade decidiram um namoro de 6 anos. A fé fê-lo comportar como se de um homem não se tratasse. O casamento misturou miséria com náuseas. A infelicidade dividiu-se pelos dois. Ana não queria nem deixava. Tomé podia mas recusava-se.

Interveio o padre. Cedeu Tomé. Ana não queria mas deixou.

19 horas no relógio da torre. Entre o dobrar dos sinos, o silêncio de Tomé e o silêncio de Ana, Sofia foi concebida, à primeira badalada.


made in eu