domingo, 17 de abril de 2011

marmoto clitoriano

Hojatoleslam Kazem Sedighi, clérico iraniano, declarou que muitas mulheres, ao não se vestirem como devem, levam os homens jovens à excitação, propagando o adultério o que, afirmou, provoca terramotos.

Freud afirmou que a sexualidade do género tem como referência o masculino: um rapaz torna-se normal, uma rapariga falha na medição, o clítoris é um pénis não desenvolvido, o seu superego doente enfraquece, a sua independencia fica comprometida pela “inveja do pénis”, em suma, ela é um macho inferior.

Quer Sedighi, quer Freud, deviam ser propostos como cabeças de lista para presidente do parlamento.

Os três vasos na cozinha de Telmo significavam as três vezes que tinha visto o mar. Na primeira lembrou-se dum livro de Cela e concordou que tanta água junta não podia acabar bem. Na segunda, lembrou-se de Anabela, que parecia detestá-lo mas gostar de todos os outros. Na terceira, ofereceu-lhe o corpo de Anabela.

Talvez se Anabela se vestisse como devia ou tivesse podido medir o seu pénis não desenvolvido, tanta água junta pudesse ter acabado bem.

Anabela, para a comunidade, desapareceu por ter fugido com um alemão por quem, acreditavam, se tinha apaixonado. Ou um espanhol. Ou um marroquino.

Melhor acabou Telmo, um homem normal que não provocava terramotos, proposto como cabeça de lista para presidente do parlamento.


made in eu

quinta-feira, 14 de abril de 2011

AMOR À SEGUNDA VISTA

Recebido por e-mail, aqui estão instruções úteis para quem ainda tem mulher e cão ao mesmo tempo!
As mulheres têm montes de revistas com testes para descobrir quem as ama de verdade, mas os homens não! Daí que este é um teste fácil.:

"Para saberes quem te ama de verdade, faz o seguinte teste:

1 - Tranca o teu cão e a tua mulher na bagageira do carro.
2 - Aguarda exactamente uma hora...
3 - Abre a bagageira...
4 - Vê quem está feliz por te ver novamente.….

...É impressionante!"

quarta-feira, 13 de abril de 2011

cremosa

Quando a quota de deputadas foi aprovada, a ilha Cremosa engrossou o debate.

Uma mulher em cada dez deputados da assembleia. Num total de vinte cinco deputados, teria de haver duas mulheres e meia. Duas mulheres arranjavam-se, não sem discussão: Porque eram inteligentes, porque tinham peitos majestosos, porque tinham peitos pequenos, porque as saias eram curtas, porque os olhos eram de determinada cor, porque os decotes eram desenho de Paris, porque eram solteiras, porque eram casadas, porque eram virgens, porque já por dezenas de vezes tinham deixado de ser virgens, ou centenas, porque queriam poder, porque queriam dinheiro, porque se sacrificavam pelo povo, porque eram menos violentas, porque não se deixavam dominar, porque gostavam de ser dominadas, porque a lingerie era mostrada em festas, etc.

Mas meia mulher? Arrangem só um rabo e ponham-no numa cadeira, dizia alguém. Alguém dizia que um rabo valia, pelo menos, uma mulher e meia. Alguém dizia que a quota era estúpida, que uma mulher só bastava, outros, que as mulheres deviam ser em número ímpar, outros ainda que só era mulher a que tivesse filhos, etc.

Foi Maoui Vatan a eleita pelo partido das ondas que ganhou direito a um dos lugares. Maoui Vatan era mulher há dois anos. Antes tinha sido homem. Foi operada em França com sucesso, ou sussexo, como ela, ou ele, dizia.

Novo “tsunami” na Cremosa. Que deveria mostrar o sexo para se saber quão mulher era, que devia mostrar os seios, que devia mostrar os pelos das pernas, das axilas e até uma radiografia foi pedida para se saber se havia ovários.

Entre Maouti, ex-Truquino, e as duas e meia, anulou-se a quota. Apelando-se ao lado espiritual e religioso, ainda foi levantada a hipótese de em vez de mulheres haver vacas no parlamento mas como a diferença só foi reconhecida por dois, dos vinte cinco deputados, ganhou a proposta de deixar a quota para a nova legislatura, daí a quatro anos.


made in eu

domingo, 10 de abril de 2011

JANTAR DE ANIVERSÁRIO

É já amanhã que se comemora o aniversário deste blog, o quinto aniversário, com um jantar gratuito, para quem se inscreveu (vide tosta de 4 de Março), no restaurante Eleven, em Lisboa. Temos já cerca de 20 pessoas inscritas, entre as quais se contam todos os que contribuiram com os seus textos para que este blog seja hoje um dos mais lidos no sector da blogosfera dedicado à maledicência.
A todos os leitores aqui ficam os agradecimentos por nos acompanharem ao longo destes 5 anos, e aos novos leitores uma palavra especial de encorajamento para a leitura integral dos textos aqui tostados.

Os Bandalhos

quarta-feira, 6 de abril de 2011

É FABULOSO

Num país em que os animais governavam, havia um primeiro-pinóquio, perdão, um primeiro-ministro, que tudo o que dizia que não fazia, afinal fazia, e tudo o que dizia que fazia, afinal não fazia. Vem esta fábula, muito antiga, a propósito do pedido de ajuda de Portugal ao FMI, para pagar as dívidas enormes contraídas pelos políticos nos últimos 20 anos. Dizia então a fábula que esse primeiro-ministro dizia que conseguia evitar as dívidas tomando as medidas necessárias, que de ano para ano eram cada vez piores. E que não pediria mais dinheiro emprestado. Não pedia, pronto, ponto final. Não pedia, não pedia, não pedia! Não podia pedir até porque já se tinha entretanto demitido. Como tal não podia pedir. Não podia, não podia, mas uns dias depois podiu!
Moral da Fábula: cuidado com os animais que se deixam governar por quem diz que não vai fazer o que faz depois, sempre a bem de todos os animais!

JP+P

sábado, 2 de abril de 2011

A fingir é que a gente se entende

- OH OH OH, conta lá isso, tu finges uma ereção?

Na aldeia do Cuco Negro, Teodoro Malaquias trabalhava no minimercado de José Salomão, o emigrante regressado e divorciado de Maria Josefa, mãe de 2 filhos, nenhum de José.

- A mulher era um desastre – dizia José Salomão à mesa do café - Nem um estufado de cabra sabia fazer. Em França só se comia enlatados e já aqui era eu que cozinhava. Ela dizia que não queria engordar. Engordar, aquele pote de banhas.

Na aldeia do Cuco Negro, Teodoro era casado com Elisa Tomé, uma minhota que, por um problema fisiológico, não podia ter filhos.

- Que sorte – dizia José Salomão – pelo menos não usas preservativos.

- Não uso uma ova – respondeu Teodoro – eu conseguia lá entrar naquilo sem proteção. Seria como meter as mãos no esgoto sem luvas.

- E como finges tu uma ereção? Essa é para os cientistas estudarem.

- Não tem nada de estudo. Enquanto ela finge, e não sei para quê, para ela, suponho, para que se engane a si própria, como se eu me importasse, eu finjo e é impercetível.

- Mas como?

- Penso que estou com outra. Requer alguma concentração mas a nível físico não se consegue notar. Tudo se passa aqui dentro da cabeça. Não acha que é fingimento suficiente? Não acha que é uma ereção a fingir, consegui-la só porque me abstenho de pensar que estou com quem estou e imaginar estar com alguém que não ela?

- Eu não conseguiria. A imagem e o sentimento da gordura não me largariam.

- Pois treine-se. Concentre-se. Comece a fazer uns sudokus. É um bom princípio – disse Teodoro, acabando de beber o seu licor de figo e saindo ainda a tempo de ver José Salomão pegar no jornal e pedir se alguém tinha uma caneta que lhe emprestasse.


made in eu