todos e ninguém

Merda à merda, gritou Raul, atirando a mulher para cima dum monte de esterco. O problema da fome do mundo era maior que a interrogação da vizinhança sobre como Marisa suportava o marido. Este não queria saber porque o aturava a mulher, nem sobre a fome do mundo. Tanta falta lhe fazia uma como a outra.

O marido de quem? Perguntava o cabo Pires, no posto da GNR. Quer apresentar queixa? Não? Então porque não se mete na sua vida e alimenta melhor os seus filhos?

A vizinhança passava fome. Marisa gostava de Raul. O cabo Pires não queria saber coisa alguma para além do nada que sabia de tudo.

Raul avançou pela rua e a cada janela atirou uma mão cheia de esterco, gritando: merda à merda.


made in eu

RELACIONAMENTO EM MARCHA A RÉ

- Amo-te muito, apesar de seres teimosinho!

- Eh lá, isso de ser teimosinho não tem nada a ver com o amor, tem mais a ver com a qualidade do relacionamento em si.

- Então se calhar andas a tocar fora do compasso, porque se queres falar do relacionamento, e da qualidade do mesmo, tenho a dizer-te que por vezes mete dó! Tudo por causa de seres teimosinho, lá está!

- Pronto está bem, sou teimosinho e isso pode reflectir-se no relacionamento, mas daí a termos que misturar amor com relacionamento, vai o tiro de um canhão. O melhor é rebobinar esta conversa, e voltar ao início.

- Ao início???

- Sim, mete marcha a ré, por causa do relacionamento em si, para que não meta dó!

JP+P

ANEDOTA SECA E SEM GRAÇA

Um dia um maluco fugiu do manicómio, disse aos enfermeiros que ia só dar um passeio, e nunca mais voltou.
Um dia encontrou-se com outro maluco, que entretanto tinha tido alta, da ala esquerda do bloco central do manicómio, que o abraçou e lhe disse com voz emocionada: - Porreiro pá!

JP+P

ABRIL

Vi. Vivi. Senti. Senti. Revi. Revivi.

"AMAR ACIMA DE TUDO A LIBERDADE" - Beethoven



made in eu

romantismo eréctil

Não se iludam os românticos do amor. O prazer é directamente proporcional à estética; quanto mais atraente a mulher, melhor o sexo.

made in eu

over the rainbow

Nunca tantos deveram tanto a um só

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inteligência à vista

'juntaram-se os dois à esquina...'

Agora que falta uma hora para começar o festival - Zangada, como sempre, a minha mulher. – Bem sabes que não consigo ouvir acordeão sem ter moedas nos bolsos. Não consigo ouvir acordeão sem pensar em ceguinhos e esmolas – Está bem, mas só te lembrares em cima da hora... – Pergunto-me que caminho levou o mundo para a inteligência das mulheres se ter resumido ao cartão SIM. Entrámos. Uma espécie de maldição caiu sobre as palhetas e o fole. Nada de esbeltas violinistas ou pianistas. Nada da altivez de um violoncelista ou de um flauteiro. Os acordeonistas não parecem merecer o brilho do instrumento. O repertório é condizente. E vêem! Não há ‘moedinhas’. Não me inspiram pena. Apenas me incitam à fuga. – Aonde vais? – diz a tonta ao meu lado. – Fumar um charuto. – Metes nojo – Nem olhei para trás. A porta da saída era o bem estar momentâneo. Iria multiplicá-lo para sempre. Que se fodesse! Com o tilintar das moedas no bolso e ao sabor de um Partagas, abençoei os acordes dum "corridinho".

made in eu

ATRÁS DE UM GRANDE HOMEM

Há grandes homens, de que muita gente fala, que são os jogadores de futebol, que pela sua perícia, capacidade atlética e visão de jogo, valem milhões. E ganham milhões, dos assalariados mais bem pagos do mundo! Ora, como sabemos, atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher. Neste mundo do futebol sabemos também que as mulheres dos jogadores pertencem ao mundo das revistas, e devem também ter muita perícia... atrás de um grande jogador de futebol está de certeza uma grande apanha-bolas!

JP+P

bye-bye de uma ou outra maneira

Bye-bye ao bem bom, quando os neurónios se vão e nos levam com eles.

Acenando com o acordo de Munique, Neville Chamberlain vendera-se por uma boa causa. Só Winston Churchill foi o anti-puta.

Todos nos vendemos de uma ou outra maneira. Preferência por rameiras de botas e mini-saia às de fato e gravata.

Os neurónios de Churchill nunca o abandonaram. Chamberlain, de fato, parecia de mini-saia e após duas horas de Sofia, Mateus fazia juras de ódio eterno.

No Afeganistão legalizaram a violação entre casais. Pobres homens...

Por baixo dos sapatos e das calças, representantes do povo usam botas e mini-saias.

Após duas horas de Afeganistão, os neurónios são como as rameiras. Mateus diz bye-bye a Sofia e legaliza-se a violação entre representantes do povo.

Todos nos vendemos de uma ou outra maneira. A de Churchill é a mais louvável, a de Chamberlain, a mais odiosa, a de Mateus a mais popular e a de Sofia, a mais puta.

Bye-bye aos representantes do povo e bem bom quando os neurónios se vão e nos levam com eles.

made in eu