segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

DIA DE REIS

Neste Natal acho que provei uma iguaria que saiu do armário. Não, não estava seco nem sabia a môfo. Foi um bolo-rei que tinha muitas nozes e avelãs. Era como aquela invenção a que chamaram bolo-rainha, que é um bolo só com frutos secos, mas a que juntaram ainda as famosas frutas cristalizadas que caracterizam o bolo-rei. Ora, o bolo-rei que se preza não pode saber a bolo-rainha. Para mim, acho que o que comi foi um bolo-gay.

JP+P

domingo, 5 de janeiro de 2014

MAS QUE CENA...

Eh pá, as piadinhas e torradinhas contribuem decisivamente para o engrandecimento cultural... eu que só conhecia a Cena do Ódio de ouvir na Antena 1 (link para este programa de culto - dá para ouvir as emissões temáticas), descubro aqui, pela Mão de in EU, esta obra literária (link para o texto completo, roubado com boas intenções do Porto de Abrigo).

JP+P

sábado, 4 de janeiro de 2014

Margem Sul Negreiros

(…)

Eu creio na transmigração das almas
por isto de Eu viver aqui em Portugal.
Mas eu não me lembro o mal que fiz
durante o Meu avatar de burguês.
Oh! Se eu soubesse que o Inferno
não era como os padres mo diziam:
uma fornalha de nunca se morrer...
mas sim um Jardim da Europa
à beira-mar plantado...
Eu teria tido certamente mais juízo,
teria sido até o mártir São Sebastião!
E inda há quem faça propaganda disto:
a pátria onde Camões morreu de fome
e onde todos enchem a barriga de Camões!
Se ao menos isto tudo se passasse
numa Terra de mulheres bonitas!
Mas as mulheres portuguesas
são a minha impotência!
 
(…)




josé de almada negreiros
excerto de “a cena do ódio”