sexta-feira, 26 de setembro de 2008

é uma nação


Conhecidos pares de inimigos enchem as nossas histórias e as dos outros: Sylvester e Tweety; Tom e Jerry; Coiote e Bip-Bip; Montecchio e Capuletos, Cão e Gato, et cetera.

Mas há um par, desconhecido, do qual faço parte: o Porto e eu.

O Porto não gosta de mim. Eu não gosto do Porto. A cidade sabe-o e trata-me mal. Recebe-me com frio, com chuva, com fealdade, com atrasos, parece trocar-me as ruas, baralhando-me e rindo-se de mim.

Não sei porque abomino aquela terra. Talvez pela masculinização do nome. Vai-se a Londres; a Nova York; a Paris; a Lisboa; a Amesterdão; a Estocolmo mas falando do Porto, “vamos ao”. E “ir ao” tem uma conotação contra-natura que, por aberrante, me enoja mais que tudo. Talvez por isso...

Os meus desembarques no Porto são como um mergulho da plataforma de 10 metros. Só que em vez da piscina, de água morna e transparente, afundo-me num tanque de merda.


made in eu

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

and the moon rose over an open field



27 anos num só dia. Como se tivesse sido ontem...

made in eu

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

o fiel e amoroso amigo

As roupas de mulher são tão ridículas como as mulheres sem roupa. Quem outra coisa esperaria?
Darwin estudou a evolução das espécies. Quem estuda a evolução da Mulher? Não é objecto de estudo porque não se pode estudar o inexistente?
Deus não fez a Mulher. Quem faz o mar e o céu não pode fazer aquilo. São tão humanamente irracionais, tão estupidamente idiotas, tão naturalmente irascíveis, que... que é por isso que, não gostando delas, as acho insuportáveis.

A sala quedou-se em silêncio. Alguém que fosse chamar um médico. Ou a polícia. Um encontro de moda e aquele imbecil diz uma coisa daquelas? E quem era ele afinal?

Cresceu o zunzum. Alguém subiu ao palco. Rindo, disse: Após o momento de humor, venho falar um pouco de amor. Afinal, para que serve a moda feminina senão para trair o amor? Atrair o amor, quero dizer. Um filósofo minhoto disse que há mais amor, ou pode haver, num prato de batatas com bacalhau que num beijo. Também o sol influencia muito a paixão e a forma de amar. Enquanto os homens do sul encontram algo erótico nos frutos secos, os do norte, mais nublados, sentem-se atraídos pela pilosidade das suas mulheres.

Era uma catástrofe para o marketing da empresa; para os produtos; para toda a equipa de produção; para o seu prémio anual. Jorge Pimenta desapareceu entre a multidão. Já na rua ponderou regressar a casa naquela noite. Lembrou-se de 'Quem faz o mar e o céu não pode fazer aquilo...'. Pensou nas suas três mulheres: a sua, usando a mini-saia verde que o modelo loiro, de pernas sem carne e peito sem mamas, tinha vestido; na de Pedro e na namorada de Tiago. Caminhou pelo passeio. Viu a ementa à porta, escrita numa toalha de papel. Entrou. E sózinho, numa mesa para dois, sem saber se estava carente ou apaixonado, pediu um prato de batatas com bacalhau.

made in eu

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

sem compromisso

Em duas ocasiões, Mirita viu-se bem fodida: quando Marco se enfiou nela e quando foi à livraria comprar os livros para o filho levar para a escola.

Os comunistas e os bloquistas (ou seriam bloguistas?) não têm vocação para governo, disse o presidente duma câmara. Só o PS e o PSD.

Há muitas Miritas por aí que, como ela, também se vêem fodidas duas vezes na vida: quando governam os socialistas e quando governam os sociais-democratas.

Os administradores do metropolitano de Hamburgo parecem ser uns idiotas. Em hora de ponta, as composições circulam de minuto a minuto. Aprendam com os de Lisboa. Seis minutos. A merda é proporcional ao tempo e começa a escorrer-lhes por todos os poros, contada ao segundo, a partir do primeiro minuto. Ou serão os dos telelés?

Nos paralímpicos, a demonstração de ser verdadeiro português: no que a coxos diz respeito, poucos nos ganham. Aos atletas, parabéns. Esses não têm nacionalidade.

O presidente duma câmara não é atleta mas idiota, quer em Lisboa, quer em Hamburgo.

Marco enfiou-se no Metro errado, por engano, e também ele ficou fodido.

Os bloquistas prefeririam enfiar-se em Marco do que em Mirita e os comunistas, quais atletas, também não têm nacionalidade, fodem-se mais que duas vezes na vida.

A homossexualidade não se limita a bloguistas e parece ter chegado ao topo. O chefe do governo casou com o país, na esperança de levar com ele.

No que me toca, quero o divórcio. Sem veto presidencial.


made in eu

terça-feira, 9 de setembro de 2008

CHAMEM O JORNALISTA, E ENSINEM-NO A CONTAR ATE TRES

RETIRADO DAS NOTICIAS DO SAPO:

"Um homem de 31 anos foi baleado, esta terça-feira, dentro da esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Portimão, quando estava a apresentar queixa naquela força de segurança.
O atirador disparou três tiros, um na boca e outro no tórax da vítima e depois de encetar a fuga foi detido ainda na escadaria da PSP de Portimão."

Na verdade tambem nao me interessa onde foi parar o terceiro tiro, mas é irritante ler noticias tao mal escritas.

JP+P aka GP

PS (uns dias depoist) - Fui ler este blogue e vejo um comentario a este meu texto, e nao resisto a cola-lo aqui, bem visivel, porque é normal a malta nao ler os commenteigas, mas neste caso ficavam a perder a piada do ano, e isso é uma coisa que nao gostaria que acontecesse aos nossos fiéis leitores. Aqui vai a colagem:
osbandalhos disse...
Ó JP+P aka GP, parece até que estás a fazer de propósito e que algo te move contra os jornalistas. Uma notícia assim é um tiro no pé. Aí tens para onde foi o terceiro.

domingo, 7 de setembro de 2008

chamem a política, que eu não pago

É impressão minha ou os participantes da Universidade de Verão do PSD ainda se "estão a cagar" mais para aquilo do que eu?

E a festa do Avante? Tenho que apelar ao meu sentimento religioso. É bom ou mau ter pena?
Paulo Francis disse que a melhor propaganda anti-comunista que se pode fazer é deixar um comunista falar.

made in eu

sábado, 6 de setembro de 2008

amuo celular

Reza que, Woody Allen, em filmagens em Paris, comeu, durante 2 meses, sempre o mesmo prato: linguado.

Woody Allen mostrou ser fiel e isso, de acordo com estudos recentes, deve-se ao facto de não possuir um determinado gene: o gene da infidelidade.

Este pode ser um pequeno passo para a humanidade mas é um grande passo para todos os homens.

- É genético, que queres que te diga?

À mulher, para não parecer ignorante e pateta, nada mais lhe resta, por agora, que aceitar os avanços da ciência.

Um dia chegará a vez delas. Vão poder ripostar, contrapor e não aceitarem os ‘cornos’ que a natureza lhes impõe, sem se preocuparem em negar a evidência científica, porque algum cientista irá descobrir que a burrice nas mulheres é também coisa genética.

made in eu

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

o que arde, cura

Das quatro mentiras contadas à mulher, apenas duas eram verdadeiras.

Era verdade que mentira por amor e era verdade que tinha amor à mentira. As outras duas pouco lhe importavam. Uma era sobre as costeletas panadas e a outra sobre o lubrificante colocado no preservativo.

Não lhe importavam a ele mas, pelos vistos, importavam a ela. - Sou alérgica àquela merda, - disse – agora arde-me quando faço. Quando fazia o quê, pensou Tó, pela curiosidade de saber se a alergia provinha do gel ou do pão ralado.

Não dava mais. Também ele era alérgico àquela merda.



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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

a preto e branco

Nada havia de genético na deformação de Zeferino. Tinha sido acidente. O corte fora directo até 2 cm abaixo da glande. A partir daí, como uma pétala, casca de banana ou asas de frango, a glande abria e acompanhava os dois grandes lábios como se estivessem a fazer amor entre só eles. O resto dos dois corpos faziam outra coisa em nada parecida.
Toda a freguesia de Santa Leocádia de Geraz de Lima sabia de Zeferino. Até Moisés, o angolano mais minhoto de Viana do Castelo.
Numa noite, no café, Zeferino, sentado à mesa, sempre tentanto atrair a atenção dos demais com temas persuasivos, disse que tinha usado shampoo para pontas espigadas, que a sua mulher havia comprado, ou a cabeleireira lhe havia vendido.
- Shampoo para pontas espigadas? – exclama com riso, Moisés, num português arrastado e quase parando a cada sílaba – Para pontas espigadas? Só se for para usares no teu picha.
A bandeiras despegadas foi como todo o café riu. Com ele riram também Zeferino e Moisés. O preto, a pensar que era pela sua graçola. O branco, acreditando que era do género, trocado pelo angolano.


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