segunda-feira, 26 de maio de 2008

JARDINAGEM DESTRUTIVA

Não, não é como o título indica um artigo técnico-científico sobre como eliminar as trutas fazendo jardins.

É tão só uma piadinha relacionada com esta nobre arte de decoração de exteriores, que é a jardinagem, neste caso com alguma violência.

O jardineiro tinha recebido ordens expressas: eliminar aquela planta que tinha crescido junto ao muro, mas que com o passar dos anos se agarrara à parede e agora ameaçava entrar já pelas janelas. As pessoas plantam trepadeiras, e depois pensam que elas ficam sempre acanhadas num seu recanto, pensou para consigo o jardineiro, enquanto puxava pelos caules e a planta ia vindo abaixo, deixando na parede e no muro aqueles bocadinhos de raízes que a agarravam à vida.
Mais difícil foi eliminar as raízes na terra, mas nada que este homem tisnado pelo Sol de longas jornadas de trabalho não fosse capaz de fazer. Suou bastante, mas conseguiu eliminar aquela trepadeira. Por completo! E, ao olhar para o local vazio e para a planta a morrer sem sustento, soltou, entre o embargado e a satisfação do dever cumprido, uma exclamação: - Esta já hera!

JP+P

sábado, 24 de maio de 2008

sonhos húmidos (úmidos, para adiantar serviço)

Atendendo à reserva com que os homens falam de si, sempre vou ouvindo falar de sonhos eróticos à medida de cada um: loiras, mamas fabulosas, orgias a dois, nórdicas, etc.

Meu erotismo não é atracção mas claramente o oposto: detesto automóveis e esse ódio é minha maior erecção. O barril de petróleo, orgástico, quase infalível em mim.

Muitas vezes acordo excitado. Pouco mais tempo terei disso. O sonho é sempre o mesmo: gasolina a cinco euros o litro.

made in eu

terça-feira, 20 de maio de 2008

chorões

Por causa do futebol, dizem eles.
Com mulheres portuguesas, como evitar chorar? Mais não seja, por mágoa, e inveja de todos os outros.

Estas estatísticas são a mais pura verdade, e a prova provada, como sói dizer-se, deste monte de merda que é o jornalismo moderno.

made in eu



Seis de cada dez europeus preferem futebol a sexo, diz pesquisa

Anelise Infante De Madri para a BBC Brasil


Torcedor de Portugal, de Cristiano Ronaldo, é o mais 'chorão'
A chegada de dois grandes eventos esportivos do ano – a Eurocopa em junho e as Olimpíadas em agosto – pode ser motivo de preocupação entre namoradas de torcedores na Europa.
Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira indica que seis de cada dez europeus preferem ver um jogo de futebol a ter relações sexuais.
Os suecos foram os que confessaram mais fanatismo pelo esporte e menos interesse pelo sexo: 95% dos entrevistados responderam nunca ou quase nunca trocariam uma partida de futebol por uma relação sexual.
Os espanhóis aparecem em segundo lugar na lista dos que deixam o sexo para mais tarde: 72% admitiram que entre o futebol e as relações sexuais, preferem ver os jogos mesmo que seja pela televisão.

'Chorões'
A pesquisa foi feita em 17 países da Europa. O questionário com 18 perguntas relacionadas com a paixão e emoção dos torcedores às vésperas dos grandes eventos esportivos de 2008 foi preparado pelo Centro Europeu de Investigação de Assuntos Sociais.
Nas respostas, os torcedores definiram até que ponto o esporte influi em decisões básicas como planejar um fim-de-semana ou escolher namorados.
A maioria (63%) disse que planeja seu tempo livre em função do calendário de competições esportivas. Só marca programas se não tiver que perder a transmissão de alguma partida.
O time ou seleção também conta como quesito na hora de encontrar uma namorada. Quatro de cada dez entrevistados preferem que a parceira torça pela mesma equipe.
A pesquisa ainda revelou dados sobre o comportamento dos torcedores na hora do gol e da vitória ou derrota de seu time.
A maior parte dos torcedores (88%) respondeu que já abraçou ou beijou a um desconhecido durante a celebração de um evento esportivo.
Na hora de soltar a emoção, 66% admitiram chorar habitualmente nas vitórias ou derrotas de seus times ou atletas favoritos.
Os portugueses são os mais "chorões" do ranking. Oito de cada dez confessaram que já choraram muito ou bastante por culpa do futebol. Os portugueses são seguidos na lista de "chorões" por belgas, alemães e britânicos.
Para liberar a emoção do esporte o melhor remédio é berrar. Essa foi a opção mais votada pelos entrevistados: 95% responderam que gritam muito quando assistem a alguma competição e se sentem aliviados por essa atitude.
Quanto às crendices, 40% disseram que repetem os mesmos rituais nos dias de finais ou eliminatórias. Os espanhóis são os que mais acreditam na influência da sorte e do azar - 69% afirmaram que são influenciados pela superstição no esporte.
As competições, especialmente o futebol, estão tão presentes no inconsciente dos torcedores europeus que, segundo a pesquisa, seis de cada dez chegam a sonhar com a vitória de seus times.



sexta-feira, 16 de maio de 2008

deste tempo

No tempo do novo tempo ordena quem mais apodrece. O pus da mentira escorre-lhes pelos ouvidos, o sangue da sem-vergonha pinga-lhes dos olhos, somente a dignidade lhes sai pelo cu.

Nas ondas de espanto pela capacidade de dizerem tudo, sem que saibam nada, prometem deixar de fumar.

E ao chamamento de filhos-da-puta, só as putas se ofendem.

made in eu

quinta-feira, 15 de maio de 2008

VÃO ACABAR AS MULTAS

Por ordem de José Sócrates, a partir de agora, quem fôr apanhado a prevaricar, apenas terá que fazer uma curta declaração pública, via TV e/ou blogosfera, dizendo: peço desculpa, mas não sabia que não se podia, e a partir de hoje vou deixar de o fazer.

Esta decisão foi muito aplaudida pelo Ministro da Justiça, pois poderá aliviar o trabalho dos tribunais.

Em vez do programa "O Juiz Decide", as televisões públicas vão ter um programa dedicado aos arrependidos, cujo título poderá ser "Não voltarei a fazer o mesmo", ou mesmo "Estou decidido", sendo que as privadas estão já a estudar um formato tipo Reality Show, em que põem os prevaricadores todos numa casa e depois filmam tudo para confirmar que eles não voltam mesmo a desrespeitar as leis.

Claro está que este tipo de multa não se aplica a crimes passiveis de prisão (podendo estender-se em casos em que os criminosos aceitem ser enclausurados num espectáculo de realidade), e, por razões óbvias, muito menos a homicídios, pois de nada serviria um qualquer psicopata vir declarar que não voltaria a matar o Sr. José Coelho, da Rebordeirosa, ou a menina Martinha, de Capotes de Cima, pois que como todos sabemos é impossível matar a mesma pessoa duas vezes.

Já o Sindicato da Polícia, e o próprio Ministro da Ministração Interna, mostraram algum mau estar, pois este sistema pode pôr em causa todo o actual sistema, bem lucrativo, das multas pecuniárias, o que segundo o gabinete do Primeiro Ministro (um gajo ter um gabinete que emite opiniões é mesmo uma coisa futurista) está planeado ser ultrapassado com as receitas geradas pela publicidade, uma vez que tudo acontecerá como numa conferência de imprensa de clubes de futebol, com os nomes dos patrocinadores atrás, à frente, e até poderão passar em rodapé.
Quem for à televisão, ou aqui na blogosfera, e disser que não volta a fazer o mesmo, e for apanhado a prevaricar na mesma coisa, terá um castigo exemplar: 72 horas numa sala branquinha de manicómio, com uma instalação sonora a passar repetidamente a voz do primeiro ministro a dizer, na última campanha eleitoral: "Não vou aumentar os impostos".
E nessa sala imaculadamente branquinha será também proibido fumar!

JP+P

quarta-feira, 14 de maio de 2008

PUBLICIDADE

Este blog é patrocinado pela manteiga PRIMOR, a manteiga que se põe primeiro, a manteiguinha que se põe na torradinha, a manteiga que unta, besunta e dá prazer, a manteiguinha que até dá pra fazer piadinha. Com PRIMOR coma bem, coma tudo, coma com ganas e coma sem dor.

JP+P

terça-feira, 13 de maio de 2008

VIVER DEBAIXO DA PONTE

Numa época em que a nossa sociedade vai gerando cada vez mais situações de pobreza extrema, muitos são os que, a nível mundial, não têm um tecto onde se abrigar.

É um facto que a expressão "ir viver para debaixo da ponte" é bastante antiga, aplicando-se aos casos das pessoas que eram postas fora de casa, ou que por qualquer razão ficavam sem casa.

A Universidade de Berkeley, preocupada com o número crescente de pessoas que vivem na rua (homeless, em inglês), decidiu fazer um estudo, com inquérito aos homelesses incluído, tendo em vista proporcionar o melhor conforto possível a quem não tem outra escolha que não seja viver debaixo da ponte.

Assim, pelo correio, conseguiu enviar um inquérito que teve exactamente 100 respostas, de homelesses de todo o mundo, tendo em vista esclarecer qual o tipo de ponte preferido.

O estudo, abrangente, concluiu que 98% preferem pontes pedonais, devido aos níveis de ruído serem bastante mais reduzidos. 1,5% preferem pontes ferroviárias, pois lembram os seus tempos de criança e os comboios de brincar. 0,5% não sabiam responder ou não responderam.

Daí que a conclusão do estudo seja a de que, nas cidades, os responsáveis autárquicos devem preferir a construção de pontes pedonais, preterindo os túneis, de modo a dar um abrigo confortável ao número crescente de indigentes.

Em relação às pontes, foi ainda perguntado se os homelesses aproveitavam os dias entre os feriados nacionais e os fins-de-semana, para se abrigarem, pergunta que teve um não como resposta quase unânime. A razão apontada foi a de que nesses dias é quando a cidade está mais sossegada.

A Universidade de Berkeley concluiu então que os homelesses são pessoas que têm uma preocupação fundamental em relação à poluição sonora, de um modo geral, e à qualidade de vida e do vinho, de um modo particular.

Na sequência deste estudo, em Lisboa e no Porto, está a decorrer já um peditório para a construção de novas pontes pedonais, sob o lema: no próximo Natal dê um tecto aos sem abrigo.



JP+P

segunda-feira, 12 de maio de 2008

TORRADINHAS REQUENTADAS

Como já há pouca gente que consiga ler este blog todo, como quem lê um romance (felizmente há excepções, que nos deixam orgulhosos desta produção escrita, se bem que é na China!), aqui fica a quarta edição neste blog: A TORRADINHA REQUENTADA! É fácil, vai-se um ano para trás e escolhe-se um texto, faz-se um copiar da ligação directa ao texto em causa e cola-se aqui, para ler basta clicar!

domingo, 11 de maio de 2008

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO OFTALMOLÓGICA

I
É assim, se houver mais hospitais como o do Barreiro a contratarem espanhóis para porem os portugueses a ver como deve ser, se houver mais autarcas a mandar portugueses a Cuba para saírem de lá a ver como deve ser, quantos meses vão passar até a maioria dos portugueses verem as mentiras socráticas e vermos as sondagens a castigar o PS como merece?

II
Não há pior cego que aquele que não quer ver. Falam muito dos que foram operados pelo espanhóis e cubanos, e voltaram a ver, mas não falam daqueles que por mais enganados que sejam pelas promessas eleitorais, e pelo cinismo das justificações socráticas para estar tudo cada vez pior, nunca mais abrirem os olhinhos. A esses nem os melhores médicos podem ajudar...

III
Ora, se há médicos portugueses que atrasam as operações, se é o próprio Ministério da Saúde que não contrata com os Hospitais das Misericórdias, ou que não contrata mais médicos espanhóis ou cubanos para virem cá, é fácil concluir que é do interesse dos governantes que os portugueses não consigam ver com nitidez. Assim até este País da peta, da teta e da treta, parece um País de ponta, da técnica e de valores.

IV
Também é verdade que nas clínicas privadas portuguesas, as mesmas operações oftalmológicas podem custar mais do dobro do preço das mesmas intervenções feitas em Espanha, um país onde o nível de vida é muito mais alto, pelo que não será difícil concluir que aqui os lucros das empresas da saúde, neste campo, podem atingir mais de 120% em relação ao outro lado da fronteira. Esta treta das listas de espera, ainda dá teta a muita gentinha...

JP+P

sábado, 10 de maio de 2008

CARRAÇAS DO CAMPO

No tempo dos meus avós apanhavam-se montes de carraças nos campos. Mas agora é comum ouvir dizer-se: o meu filho tinha febres altas, fui com ele às Urgências e zás, apanharam uma carraça.
Ou seja, agora é mais fácil apanhar carraças nos Hospitais!

JP+P

quarta-feira, 7 de maio de 2008

In the wind

Nunca tanta Pescada foi cagada em postas como no “caso Maddie McCann”.

Ele eram criminologistas, pedopsiquiatras, especialistas em pais, especialistas em filhos, especialistas em cães, jornalistas, psicólogos, psicólogas, alentejanos, pretos e putas, entre muitos outros. Cada um disse o que bem quis e o que à cabeça lhe vinha.

- Senhor Director uma palavrinha para a TVK.
- Toda a confiança na Polícia Judiciária.

"A nossa grande Polícia, a nossa Judite. Ó, Ó, a Polícia Judiciária? Das melhores do mundo. Eles sabem bem o que fazem. Eles não são parvos. Não é como a psp, nem como a gnr, a Judiciária? Das melhores do mundo. Quem é que pensam os ingleses que são para virem aqui dizer mal da nossa enorme Polícia? Tratam-nos como saloios, julgam que isto aqui é a parvónia mas enganam-se. Mais não tivéssemos, tínhamos a Polícia Judiciária. Das melhores do mundo."

Um ano mais tarde, mais não tivéssemos...

Quanta mais merda será necessária abater-se sobre nós? Quanto mais provincianismo temos que demonstrar? Até aonde nos levará a estupidez imensa que é este país a transbordar de pacovice, antes de acordarmos para a realidade?

The answer is blowin’ in the wind.



made in eu

quinta-feira, 1 de maio de 2008

eu, tu, ele, nós, vós, eles

A pergunta atingiu o alvo. - Como seria a nossa vida com alguém diferente? - Os casais riram. Todos eles. – Não venham dizer que nada seria diferente, ou que nada melhoraria – acrescentou Tobias - Temos o parceiro certo? Duvido. Era uma questão que incomodava todos. Ninguém se atrevia a dizer algo. - As coisas são como são – disse Marta, por fim – Claro que em alguma parte do mundo deve haver o ser perfeito para nós… Era o reconhecimento de que tudo é uma questão de oportunidade, ideia antiga de JC que implicava, a ver de Pedro, de que as coisas só não eram diferentes porque não era possível que fossem. A ideia que controlamos a nossa vida de forma independente é tão falsa que vamos deprimindo em banho-maria sem sabermos. – adiantou Hélder – A verdade de não haver caminho e de fazê-lo a andar é óbvia. Pois é – acrescentou Tobias – mas a direcção, se de todo desconhecida, podia levar-nos para pior. Não é assim, amor da minha vida? - oferecendo os lábios a Rute, para um beijo, e imaginando-o vir de outra qualquer parte do mundo.

made in eu