quarta-feira, 31 de outubro de 2007

DEstaCO

No jornal Destak destaka-se:

Apoio da DECO a famílias endividadas aumenta 618%

Ouvido de passagem à leitura do jornal:

- Pai, tu pensas como eu?
- Claro que sim, meu filho.
- Também queres que as famílias endividadas se fodam?
- Também, meu filho.
- Boa, pai, és bué da fixe.


made in eu

terça-feira, 30 de outubro de 2007

elas não vêem, não se vêem, nem se vêm

Não concordo com o que foi dito. Nem com o que não foi. Menos ainda com o que ficou por dizer. Já ele não pensava assim. Ela não podia estar menos de acordo. Eles não concordavam com o que tinha sido visto. Elas nada tinham visto mas concordavam em pleno.

Há quem se venha com o acordo de Lisboa. Há quem se venha sem acordo. Há quem se venha em Lisboa e há quem não se venha nunca. Esse, nunca está de acordo, ou se está não é em Lisboa.

Não vi, nem concordo, nem me venho com o que foi dito, nem com o que não foi. Menos ainda com o que ficou por dizer.

O acordo veio-se em Lisboa. Lisboa veio-se com o acordo.

Elas nada tinham visto e, tal como quem há, não se vêm nunca.


made in eu

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

vai acima, vai abaixo...

Políticos. Palermas convictos que fazem bem, ou cínicos que mentem com convicção?
Mentirosos ou idiotas, é-me igual.
Continuarei a abrir uma garrafa de espumante barato cada vez que um desaparecer.


made in eu

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

TODOS OS VÍCIOS

A preguiça é a mãe de todos os vícios. Antes de parir um novo vício em alguém, diz-se que se vê passar o ócio pelas frestas das portas ou janelas, que se enrosca na preguiça e é assim o pai de todos os vícios.

Aqueles a quem "cabe a sorte" de nascer o vício do trabalho, é como se ganhassem uma nova vida. Antes sonolentos, agora hiperactivos. Põem a mãe do vício no olho da rua, ingratos! Esquecem-se facilmente de como a preguiça é tão boa.

Outros há a quem lhes nasce o vício do sexo. Segundo um estudo da Universidade de Berkeley, metade destes são como os viciados no trabalho, são hiperactivos e lá se vai a preguiça também para o olho da rua. Dão-se ao trabalho de procurar mais e melhor, assumem um papel activo nos jogos sexuais. Outra metade, são bem mais compreensivos, mantêm a preguiça sempre consigo, a vida sexual fica sempre intimamente ligada a estar deitado, quanto mais vezes melhor, mas sem grandes trabalhos, o que vier à rede deitada ao mar é peixe.

Mas há ainda o vício dos vícios, que é a internet! Para que a preguiça seja recompensada há que desenvolver depressa um sistema de ligação directa do computador aos neurónios, porque isto de teclar é cá uma trabalheira! E assim até a dormir podíamos visitar sites onde o vício e a preguiça são coisas belas e inspiradoras dos sonhos mais lindos.

Fica aqui uma pergunta pertinente:
Para quando uma associação dos trabalhólicos anónimos, para ajudar estes a reencontrarem a preguiça.
- Mãe, és tu???

JP+P

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

É rei?

Terra de cegos, chamavam à aldeia. Desde a libertação de gás da mina que todos os habitantes tinham cegado. Todos menos dois: um perdeu um só olho, o outro nenhum.

Naquela terra de cegos ninguém era rei. Não o era o que tinha um olho. Tampouco era o que tinha dois.

Um dia foram à caça e decidiram vender a todos os restantes, gato por lebre, que o comeram sem pão. Sem voz para apregoar, passou pela aldeia, o padeiro, e os habitantes nem o viram.

Assim reinava a paz, e não um rei, naquela terra de cegos.

Cláudia, essa, a formosura em mulher, permaneceria intocada para todo o sempre. O olho de um só tinha olhos para o de dois e os dois do outro para o de um.

Cláudia, sem ver o único que lhe podia valer, o padeiro, nunca o padeiro viu, e os amantes, por se recusarem a vê-la, eram, entre todos, os piores cegos.


made in eu

anacomia


terça-feira, 23 de outubro de 2007

ANA MALHOA

Parece que anda por aí muita gente a procurar na internet informação sobre a Ana Malhoa, a nº 1 do top das mais procuradas, mais gente ainda do que aquela que procura informação sobre a Maria João e/ou sobre o Mário Laginha. Isto segundo a Marktest, que é uma empresa que faz sondagens e coisas do género que não interessam nada a ninguém, e que por isso dá sempre para desconfiar que é só mais um negócio. Como tal, para dar mais visibilidade ao nosso "piadinhas e torradinhas", aqui ficam umas referências à Ana Malhoa, umas mais abonatórias, outras mais difamatórias, de qualquer maneira sempre quero ver se algum parolo verdadeiro deixa aqui um comentário!

Malha #1 - Ana e Rita, grandes amigas, até que um dia um assunto de calças as fez inimigas. Sem perdas de tempo, um fim de tarde em que Rita saía de sua casa para a habitual sessão de capoeira, apanhando-a a jeito, e munida de um belo cabo de vassoura, Ana Malhoa!

Malha #2 - Ana vivia bucolicamente na aldeia, sem stress e ocupando-se das tarefas do dia a dia rural, entre a horta e a capoeira. O seu padrinho ofereceu-lhe uma bezerrinha, que cresceu saudável nas pastagens. Mas era toda branca, por isso Ana Malhoa!

Malha #3 - Ana e Rita, grandes amigas, viviam na aldeia, sem stress e ocupando-se de tarefas do lar, entre a culinária e os lavores. A especialidade da Rita eram as carnes, a vitela de Lafões no forno. A especialidade da Ana eram os trabalhos com agulhas de tricotar, fazia botinhas para bebés e casacos. A alcunha da Rita era a "bezerroa", a amiga era a "Ana Malhoa".

JP+P

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

ele e ela

Ele não queria casar. Ela quis.

Nunca se apaixonou ele. Ela sim. Ele sentiu-se perdido. Ela triunfante.
Passaram pelo tempo, ele e ela. Ele satisfez-se sempre. Ela nunca.
O casamento pediu voto de fidelidade. Ele aceitou. Ela também. Ele cumpriu. Ela não. Ele ficou triste. Ela feliz. Ele desolado. Ela despedaçada; não a salvaram os médicos, nem Deus.

Ele não queria casar. Ela quis.


made in eu

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

18 de Outubro

Lisboa cheira mal. Há um intenso cheiro a merda generalizado por toda a cidade.

made in eu

É DIFÍCIL RESISTIR

Para quem não tem muito tempo livre, não aconselho a clicar aqui

http://pftv.sapo.pt/showall/2/1/

É que são umas atrás das outras!!!!
Peço desculpa, mas estive a ler o famoso Arcebispo e estava lá a referência a isto, acho que se deve alargar a divulgação.

JP+P

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

17 DE OUTUBRO - LEVANTA-TE CONTRA A POBREZA

É um facto, o fosso entre ricos e pobres aumentou em Portugal. Dizem os estudiosos da economia e vemos nós todos os dias, para confirmar os estudos!

Avisam-se as pessoas mais caridosas, que se depararem com pobres a pedir de mão estendida, resistam ao impulso de lhes darem uma esmolinha, pois podem cair no fosso e as consequências poderão ser trágicas! Aconselham-se os donativos nas caixinhas de esmolas, que existem para o efeito, nas igrejas ou ainda os donativos através de agências bancárias, nomeadamente em bancos que desculpam dívidas aos clientes com problemas financeiros. Isto sim, é caridade segura!

JP+P

zé tó

Zé Tó é um homem de todas as mulheres e de mulher nenhuma.

Um dia, depois de um orgasmo, olhou bem fundo nos olhos da Conceição e emocionado perguntou:
-Queres dar o nó?

Ela, com os olhos molhados e sorriso parvo, acenou feliz que sim.

Então Zé Tó tirou o preservativo usado e passou-o para a mão da Conceição...


Elogre

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

crónicas de turim ou "gritar de fome"

tudo começa por pequenos gestos como

1 Não vivermos com fome
2 Não deitarmos comida fora, mas antes guardar o que se cozinhou em excesso
3 Se não podemos comer ou vender tudo dentro do prazo devemos dar, vender, trocar com quem precisa
4 Precisar de comida é precisar de uma alimentação equilibrada e de comer em paz e de saciar a fome e de nos sentirmos nutridos
5 Não ter fome é não nos conformarmos com o que nos falta e lutarmos para o conseguir
...eu muitas vezes sou a única a jantar na cozinha da residência universitária, e estamos em Itália onde muita gente tem dinheiro para comer, mas preferem ser uns "poucoseres" homogeneamente elegantíssimos e pequeníssimos dentro do n°36 de calças e infalivelmente pitosgas só com 25 anos.
E depois sou a única também a perceber o que o professor diz na aula, ao ponto de conseguir escrever o programa informático que este pediu.
A fome é a guerra interna dentro de cada um e, sem a vencermos, não podemos ser agentes de desenvolvimento, nem de nos próprios
A propósito de fome, na semana passada a universidade gentilmente organizou uma recepção aos estudantes erasmus, com um buffet pequeno, mas que até tinha empregados a servir as bebidas! Logo aí dava para a maioria perceber que devia ter uma atitude delicada na degustação dos aperitivos Piemonteses (região italiana onde Torino se encontra). Mas, para não faltarem cá dignos embaixadores da esperteza saloia, logo cai sobre a mesa, para onde eu me dirigia, um bando de famintos portugueses dos quais o melhor exemplo foi a usurpação de um pires de amendoins por uma conterrânea que os engolia à mão cheia!

e a quem pergunto em bom português :"olha lá, tu não tens comida em casa?!!"

e ela, sem me olhar nos olhos, responde de costas curvadas e voltadas para a mesa e ao canto da sala, "ahhhh" (tipo: pois...por acaso...)
eu olhei-a com um misto de vergonha e pena já que tb sou portuguesa, e não gosto de passar fome, mas é pouco provável que lhe falte dinheiro para comer, mas deve faltar a consciência que, sem o fazer, não vai conseguir usufruir da viagem, das aulas, dos amigos, dos momentos pois falta a parte física da paz interna e sem a qual somos apenas animais famintos e com o único horizonte de saciar essa privação.
Rosina Ramos

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

disto e daquilo

Cada vez que Fernando pensava naquilo a casa não vinha a baixo. Nem a casa, nem a Trindade, e o Carmo ficava de pé.

Não sabia Fernando que, dois prédios depois da esquina, Amaro pensava o mesmo.

Pensar naquilo, com quem se jurara amor eterno, era odioso, mas deveria ser feito, quer pela não importância matrimonial, quer pelo poder de se ser homem, sem laivos de piedade.

O café da frente tornara-se o epicentro que os transportaria àquilo.

Não sabia Fernando que ela o fazia com Amaro. Mal sonhava Amaro que ela deixava fazê-lo com Fernando.

Aquilo não se fazia, ou devia, mas faziam-no, sem dever.

Cada um tinha pena do outro, sem saber dele, sabendo dela.

Estúpidas mulheres, pensava cada um enquanto naquilo.

Cruzaram-se na farmácia e pagaram o mesmo: sabão anti-bacteriano e um tubo de vaselina esterilizada.

Elas, enquanto não pensavam naquilo, bebiam um café, alguns metros afastadas; uma olhando de lado a saia da outra, a outra sorrindo, antes de chorar, da blusa de alguém.

Até quando se manteriam o Carmo e a Trindade?

made in eu

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Venha a nós o Vosso reino

Vê corações quem caras vê.

As fatiotas do séc XVIII – creio - mostram onde parou o país.
Os aficionados pedem mais, e os imbecis, contentes pelo orgástico ambiente, galopam para espetar mais uma lança no animal.

As televisões, pouco iluministas, têm a sua própria corrida. As imagens mostram “tias” que, com toda a probabilidade, têm cornos maiores que os do animal que gostam de ver sangrar, e brilham pelos anéis e gargantilhas que não valem. Brilho proporcional às pegas que fazem os que lhos deram, com outras chocas.

Um ministro diz ser um orgulho colocar o país na linha da frente em matéria de energias renováveis. Outro, quer fazer chegar a banda larga a todas as escolas. Outro ainda, há-os para todos os gostos, ou desgostos, fala do défice monetário, do alto dum défice mental.

A quem querem passar a ideia de sociedade evoluída? Aos peões de brega? Ou aos grupos dos ridículos forcados que no frente a frente com o animal mostram andar mais sobre quatro patas que este?

Duas espécies de mentecaptos empedernidos glorificam a estupidez humana: os portugueses e as portuguesas.

E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando…


Olha que não, Luís Vaz, olha que não.


made in eu

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

a sorte do mundo

O galo é o dono da casa
a galinha, da cozinha
ou se porta direitinha
ou apanha com a asa
que o galo é o dono da casa

Sérgio Godinho

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

CRIMINOSOS

Desde pequenos que os pais ensinam a importância de ser organizado.
Vamos para a escola e os professores premeiam os mais organizados, incutindo em toda a criançada a importância da organização.
Diz-se que Portugal teria a ganhar se fosse mais organizado, o caos é sempre referido com uma conotação negativa.
Mas o pior é quando as forças policiais perseguem o crime organizado. Tanta pedagogia, e quando os criminosos se esforçam por fazer uma coisa digna de se ver, são perseguidos impiedosamente.
Não é muito, mas muito pior o crime desorganizado? Porque é que esse nunca aparece nas notícias?
Um dia o respeito será prestado a estes criminosos organizados, quando interromperem uma entrevista em directo ao Santana Lopes para mostrarem, bem em cima do acontecimento, uma rede de crime desorganizado a ser desmantelada!

JP+P